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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Um dia destes.....

Juro que um dia destes fico doida.

Uma pessoa levanta-se mais cedo pois tem que ir atestar o carro. Ainda o marido está a sair já os miúdos estão todos acordados. Que bom, hoje não vou estar meia hora a chama-los, pensei.  Preparei os biberões para os gémeos e disse aos mais velhos que se fossem vestir. Estou a dar os biberãos e só oiço:

-Mãe estes calções são aborrecidos. Não quero levar estes.

- Leonardo os outros dois da praia estão sujos, tens que levar esses.

-Os dos Guilherme são fixes e os meus não.

Acabo de dar os biberãos e lá vou tentar encontrar uns calções que lhe agradem. Encontro uns enormes mas ele diz que são fixes, aperto-os bem na cintura e digo-lhe que ainda vai ficar com a pilinha à mostra. Mesmo assim não o convenço e saiu com eles vestidos. Depois foi a camisola, lá procurei uma igual à que tinha dado ao Guilherme para vestir.

Chego à sala e o Guilherme anda a brincar com a t-shirt. Resmungo pelo facto de ainda não estar vestido. responde que não quer aquela camisola:

- Também tu? Veste lá essa que o teu irmão vai levar uma igual, se tu mudas agora  vou ter mais fita.

Vou preparar o pequeno almoço e o Guilherme aparece a dizer que o irmão não se importa que ele troque de t-shirt. Lá vou eu procurar outra camisola. Finalmente vestidos, hora do pequeno almoço.

-Mãe o meu cerelac está muito duro! - diz o Guilherme

-Claro está ai à meia hora à espera. - digo enquanto acrescento um pouco de leite.

-Mãe eu não gosto destes iogurtes. - diz o Leonardo.

Eu conto até um milhão. Ainda estou para perceber porque é que come os iogurtes bi-compartimentados do Aldi mas não os do Lidl, são iguais até  já os provei e sabem ao mesmo.

Lá lhe dei um iogurte para beber.

-Agora quero duas fatias de panrico torradas.

-O pão rico acabou. Vou torrar-te metade desta carcaça.

-Mãe tens que ir as compras comprar iogurtes, panrico e mortadela para mim.

Tomei nota mental para ir às compras à hora de almoço.

Saímos de casa à mesma hora, já não consegui por combustível no carro. Deixei-os na escola e segui para o trabalho do marido a rezar para que o carro não entrasse na reserva.

Chego ao trabalho do marido e ligo-lhe para que venha buscar a chave do carro. Estaciono, tiro o outro carro do lugar, ponho as minhas coisas no carro e o marido nada. Acabo por entrar, entregar a chave a uma colega e peço que lha entregue por favor.

Cerca de três quilómetros mais à frente apercebo-me que a carteira e a chave de casa do marido estão na carrinha que eu levo. Dou meia volta, volto ao trabalho do marido, ligo-lhe e ele nada. Entro mais uma vez, cruzo-me com um amigo. Eu devia estar com uma cara tão boa que ele olhou muito espantado para mim e disse-me:

-Então está tudo bem? Estás bem?

-Estou. Faz-me um favor, entrega isto ao Rodrigo que eu já estou atrasada.

Entro no carro, são 8:47. Acelero, apanho a auto-estrada e faço o percurso todo em excesso de velocidade, sempre atenta a ver se não vem a policia. 8:56 estou a estacionar o carro na empresa. Ufa cheguei a tempo. Apercebo-me que não trouxe iogurte para comer a meio da manhã. Como não posso ter nada nas gavetas por causa das formigas vou ter que esperar pela hora de almoço.

Vou trabalhar, passo a vida a puxar as calças para cima. Tomo nota mental para comer melhor, estou outra vez a ficar mais magra. Faço uma lista de compras, vou aproveitar a hora de almoço para ir a correr ao supermercado.

Depois disto tudo é caso para dizer: uma pessoa ou morre ou fica doida!

 

 

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