Todos devemos ajudar
No feriado quando fui dar jantar aos gémeos liguei a televisão da cozinha. Por norma costuma estar a dar o preço certo e os gémeos gostam muito de ver. O Leonardo e o Guilherme vieram reclamar que, para variar, estavam cheios de fome e deixaram-se ficar ao pé de nós.
Entretanto o programa chegou à parte da montra final e todos os meus filhos adoram ver aquele desfilar de coisas que o concorrente pode ganhar. Ficam fascinados com os carros, motas, móveis e principalmente com as viagens. Já não é a primeira vez que o Guilherme me diz que gostava de ir para este ou aquele hotel, um porque têm massagens, outro porque têm uma grande piscina, etc.
Acontece que no feriado estava a dar uma emissão especial para apoiar uma associação. Abrem a primeira porta da montra e as ofertas eram: latas de salsichas, arroz, massa, azeite, enlatados. O Leonardo ficou muito confuso. Olhava para o ecrã incrédulo até que perguntou porque é que estavam a dar comer. Eu expliquei-lhe que os concorrentes eram pessoas, com um coração muito grande, que ajudavam pessoas que não tinham o que comer. Contei-lhe que existe pessoas que não têm casa e, por isso, vivem na rua. Fiz-lhe ver que essa pessoas não têm dinheiro para comer e por isso existem sítios que fazem comer onde essas pessoas comem sem pagar nada.
O Guilherme disse-me:
- É parecido com os senhores que têm a loja de animais. A professora explicou que eles não gostam de ver cães e gatos na rua e por isso ficam com todos. Mas depois deixaram de ter dinheiro para dar de comer a todos. Foi por isso que a escola nos pediu para dar comer para os animais.
Depois desta conversa fiquei a pensar na sorte que temos por ter comer na mesa e em como quero que os meus filhos percebam isso. Depois lembrei-me que este fim-de-semana há recolha do banco alimentar pelo que acho que os vou levar comigo para perceberem que todos devemos ajudar.