Tenho que me habituar a esta vida no campo
Meia dúzia de dias de escola, o Guilherme liga-me e pergunta se pode ir de boleia com a mãe um colega para casa. Eu nem estava a perceber o que me estava a pedir. Ele explicou-me que uma das mães dum colega se ofereceu para o levar a casa. Eu fiquei sem saber o que dizer. Não conhecemos ninguém na zona, nem pais nem crianças. Fiquei surpresa por aquela senhora se oferecer assim tão prontamente sem nos conhecer. Por outro lado tive algum receio, afinal existe tanta maldade no mundo. Acabei por lhe perguntar se era mãe de um colega da sala dele. Ele disse-me que sim e informou o nome do menino. Eu pensei que não queria ofender a senhora que tão simpaticamente se ofereceu mas por outro lado não queria abusar da generosidade. Lembrei-me que vivemos numa zona diferente e que as coisas aqui funcionam de outra forma e acabei por dizer que sim.
Tenho mesmo que me habituar a este tipo de vida, em que todos nos dizem bom dia na rua, em que todos se conhecem uns aos outros.