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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Revejo-me nos meus filhos e vejo em mim os meus pais

Não sei ao certo quando é que isto aconteceu. Não consigo precisar quando deixei de ser quem era mas a verdade é que deixei. Noto isso em pequenas frases que saem da minha boca mas que eu nunca pensei que as iria proferir.

No fundo falamos de coisas básicas que nunca esperei que me afetassem tanto. Quando era miúda adorava ler. Claro que ainda gosto mas não como em criança. Lembro-me que só não levava o livro para o banho de resto andava sempre comigo.  Lembro-me dos meus pais me ralharem quando davam comigo sentada à mesa a ler. Ouvia ralhetes sobre não se ler enquanto se come e eu odiava essas discussões. Nunca compreendi o porque dessa regras mas a verdade é que agora discuto exatamente o mesmo com os meus filhos. Dou com eles tão vidrados no livro que até se esquecem de comer, tenho que insistir para que parem de ler caso contrário horas depois ainda estariam com o prato de comer à frente.

No outro dia deixei o Leonardo na escola. Primeiro não saia do carro porque estava tão entretido que nem se apercebeu que tínhamos chegado. Lá acabou por sair e começou a subir a escadaria de acesso à escola enquanto lia ao mesmo tempo. Eu acabei por o chamar à atenção porque já o estava a ver a cair nas escadas por não estar atento ao que ia a fazer. Depois de o repreender vi-me, com uns anos a menos, a ler enquanto caminhava. Recordo-me de cair nas escadas do metro justamente por ir de cara colada nas páginas. Recordei isto tudo e pensei que era feliz assim. Se eu era feliz assim porque motivo hoje me faz confusão ver os meus filhos com os mesmos comportamentos? Na verdade não sei. Hoje olho para mim e vejo os meus pais. Repito frases que ouvi na minha infância. Tomo atitudes que vi os meus pais tomarem. Concordo com umas mas com outras não. Então porque motivo as pratico? Não consigo dizer porquê. Sei que não são métodos totalmente errados caso contrário nunca os aplicaria mas não me identifico com eles.

Vou tentar limpar a mente e deixar estas atitudes de parte. Vou tentar deixar os rapazes mais livres. Vou tentar deixá-los errar porque é assim que melhor se aprende. Se caírem e esmurrarem os joelhos paciência, só espero que seja por um bom livro.

Qual é o melhor horário de trabalho?

Ontem no trabalho estava a conversar com um colega sobre horários de trabalho. Tudo começou quando mencionei que o marido por volta das 14H já costuma estar em casa. O colega referiu que isso é que era um horário e que eu devia ficar ruída de inveja quando me cruzava com o marido à porta de casa. Ele de regresso a casa e eu de volta ao trabalho. Eu disse que de facto ficava com um pouco de inveja de ele ficar a tarde em casa mas que por outro lado não invejava nada o facto de sair de casa às 4:30H da manhã. O colega acabou por sorrir e concordar comigo.

Toda esta conversa deixou-me a pensar qual será o melhor horário de trabalho. Se calhar a melhor  pessoa para falar sobre isso era o meu marido porque já perdia a conta aos horários que já experimentou. Só posso falar um pouco como companheira o que achei destas experiências.

Acho que o que menos gostamos foi mesmo do turno noturno. Inicialmente não nos fez diferença mas com o passar dos anos começou a deixar marcas.Claro que o facto de chegar a trabalhar mais de doze horas ainda contribuiu mais para o descalabro. Contudo apesar de não ter saudades deste tempos também tinha as suas vantagens. O marido acabava por ter tempo durante o dia para tratar de assuntos. Não tínhamos o problema de ter que faltar ou perder horas de trabalho porque os CTT, o banco ou as finanças funcionam em horários sobrepostos aos nossos.

Também já experimentámos o horário das 16H às 23H. Acho que de todos foi o horário que mais agradou ao marido ou talvez fosse apenas do ambiente da empresa. Eu gostava de o ver satisfeito. Tinha imenso tempo disponível e eu não precisava de me ralar com nada. No entanto nem tudo era perfeito. Ao fim do dia eu ficava com os dois rapazes e tinha que fazer tudo sozinha.

Também já experimentou o horário das 8H as 17H. Gostamos de sair e chegar a casa ao mesmo tempo. Tínhamos mais tempo juntos em casa. Eu tinha ajuda de manhã e ao fim do dia. Contudo nenhum tinha disponibilidade para tratar de assunto.

Neste momento gosto do horário que tem. Está connosco em casa ao fim do dia. Sai cedo e passa a tarde com os rapazes. Têm disponibilidade para os ir buscar à escola. Por vezes quando chego a casa já está tudo de banho tomado e está a ajudar os mais velhos nos trabalhos. No fundo é um bom horário mas confesso que fico de coração partido quando o despertador toca de madrugada. No verão não custa tanto mas quando chega o inverno e está um frio de rachar, ou chove torrencialmente na rua, custa-me tanto.

No fundo a verdade é que não existe horário perfeito. Todos têm os seus pró e contras. Também a personalidade da pessoa influencia o facto de se conseguir ou não adaptar a determinados turnos.

Por ai qual preferem?