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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

O que uma porta resolve

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Os brinquedos são retirados dos locais e simplesmente jogados no chão. Muitos nem são olhados duas vezes exceto quando se certificam que não os pisam. Espalham tudo não brincam com nada.

Já lá vai o tempo em que eu me preocupava com tal. Era incapaz de sair de casa ou ir dormir com aquele quarto todo desarrumado. Todos os dias arrumava e voltava a arrumar. Cinco minutos depois entrava no quarto, parecia que tinha ocorrido uma explosão e espalhado os brinquedos todos.

Cansei-me. Cansei de gastar o meu curto tempo nestas tarefas inglórias. Hoje em dia o quarto é arrumado duas ou três vezes na semana. Quando é necessário aspirar ou quando já nem se consegue andar sem postar um brinquedo. Nós restantes dias fechamos a porta e esta esconde o caos que lá reina dentro. 

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Dias de loucos

Três dias de trabalho e parece que já trabalhei um mês inteiro. Trabalho, trabalho e trabalho para onde quer que olhe. Por mais que corra está sempre tanto para fazer. As oito horas transformaram-se em dez, onze, doze e mesmo assim ainda à tanto para fazer.

Regresso a casa cansada, exausta sem vontade para nada. Se pudesse chegava tomava banho e enfiava-me na cama. Não para dormir porque o meu cérebro anda a funcionar em excesso e não me têm deixado dormir muito bem, mas para descansar o corpo. Contudo os rapazes precisam de atenção e sentem a minha falta. Desde que chego a casa já só me querem a mim. Querem vir para o meu colo, querem que seja eu a dar água, querem que seja eu a brincar com eles...

Pensamento positivo. Já só faltam mais dois dias.

As mulheres também são capazes

O trabalho anda apertado e eu ajudo como posso. Não sou pessoa de me negar a nada e mesmo com a minha constituição pequena tento ao máximo ajudar. Ontem não foi excepção e perante a falta de mão de obra resolvi pegar eu no empilhador. Reparei logo que alguns homens estranharam o facto. Um motorista que assistia à descarga do seu carro até veio mais para o pé para acompanhar a minha tentativa de manobrar uma carga que passa à justa pelo cais.

Fico sempre com a sensação que estão à espera que por ser mulher faça asneira. Eu fico imensamente satisfeita de lhes mostrar que as mulheres também conseguem tanto que passado uns minutos deixaram de me observar. Temos que perceber que vivemos numa nova era, temos que nos adaptar a tudo. Cada vez mais vemos mulheres com profissões que era exclusivas dos homens e aos poucos vamos provando que somos capazes.

Um dia bom já dava jeito

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa bem disposta e sempre com uma atitude positiva. Sou daquelas pessoas que vê o copo como meio cheio em vez de meio vazio. Queixo-me bastante das coisas mas acredito sempre que tudo têm uma solução. 

Contudo existem alturas em que é difícil manter uma atitude positiva. Alturas em que o cansaço é imenso e a paciência mínima. Alturas em que nos arrastamos para fora da cama e  nem sabemos como aguentamos o dia. Sei que é uma fase e que vai passar mas estou à espera que passe à demasiado tempo.

Tudo começou à coisa de três semanas. Queixei-me aqui que pensava que os pequenos estavam a ficar doentes. Deixaram de comer. Não aguentavam a chucha na boca. Choravam o tempo todo. entretanto veio a febre e descobri que tinham a boca cheia de aftas. Apanharam a tão famosa febre aftosa e contagiaram a família toda. Os mais velhos tiveram também algumas aftas e andaram a comer mal. Queixaram-se uns dias mas voltaram ao normal. O marido foi quem mais sofreu, ficou com a boca e garganta num estado lastimoso. Teve que ir ao médico que lhe receitou uma solução para bochechar a boca e só agora está a passar. Na semana passada, no meio disto tudo, o Leonardo teve febres altas durante três dias. Não foi à escola e tive que o levar comigo para o trabalho. A febre passou do Leonardo para os gémeos e acabei por ter que ficar em casa. Entretanto melhoraram um pouco e consegui trabalhar quinta e sexta. No domingo o Santiago andou um pouco resmungão. Amanheceu a segunda-feira com os olhos ramelosos. Deixei-o na creche, os olhos pioraram um pouco e veio novamente a febre. Fui à farmácia com ele e comprei uma remédio para a vista. Passaram dois dias, os olhos casa vez piores e a febre sempre presente. Acabei por ir à urgência com ele. Disseram-nos que é um vírus que afecta a garganta, nariz e os olhos. Receitaram outro remédio para a vista e passaram um atestado porque não pode ir à creche. Estou novamente fechada com eles em casa à espera para ver que é o próximo a apanhar este vírus que segundo me explicaram é muito contagioso.

Passo dizer que em três semanas não me lembro de uma noite que tenha dormido bem. Quando digo bem refiro-me a dormir 4 ou 5 horas. Basicamente tenho acordado de hora a hora com alguém a chorar, a gemer de febre ou com um ataque de tosse.

A única coisa que me faça é que sou tão ruim que as doenças não querem nada comigo. Vou conseguindo tratar de todos sem ficar doente. Resta-me esperar que melhores dias cheguem.

Lamento mas hoje não me apetece trabalhar!

A verdade é que estou exausta. Ainda não recuperei da escarlatina dos gémeos. Para além disso os pequenos têm andado loucos. Chega a hora de dormir e só querem brincar. Eu tenho que me zangar e dizer-lhe que é para dormir. Mesmo assim só consigo que adormeçam perto da meia noite. Depois o Santiago habituou-se a dormir comigo e tenho passado a semana toda a tentar deixa-lo sozinho na cama. Deito-me na minha cama e nem passado meia hora  já está a chamar para mim. Volto para o pé dele e ando assim um pouco até que desisto e durmo o resto da noite na cama dele.

Como se não bastasse, todos os dias, de manhã, os pequenos acordam super animados a pensar que vão para a praia. Estou a vesti-los e eles a dizer:

-À praia, à água!

Ora trabalho ou praia? Lá venho eu de mau humor trabalhar e passo o dia a sonhar com a praia.

Dia da mãe.

O que é ser mãe? Ser mãe não é só dar à luz. Ser mãe é criar, é dar mimo e educação. Ser mãe é sofrer quando os nossos filhos sofrem, é ficar doente quando eles estão doentes. Ser mãe é sorrir quando os nossos filhos riem e chorar quando eles choram. Ser mãe é amar os nossos filhos com todo o coração. É amar alguém mais do que a nós próprias desde o dia em que descobrimos que estamos grávidas eainda nem os conhecemos. 

Ser mãe é ajudar os nosso filhos a crescer, passarem de bebes a crianças, de crianças a adolescentes e depois a adultos. Ser mãe é ter sempre a porta aberta para os filhos tenham que idade tiverem. Ser mãe é saber ouvir e entender mesmo que não concordemos. Ser mãe é ser medica, cozinheira, costureira, enfermeira, psicologa...

Ser mãe é um trabalho de 24 horas por dia, 365 dias do ano.É um trabalho que fazemos da melhor forma que sabemos porque ninguém nos diz se o estamos a fazer bem ou mal. É um trabalho no qual não temos métricas nem estatísticas. Fazemos o trabalho da forma que achamos melhor e esperamos que tudo corra bem. No fundo a única coisa que uma mãe quer é que os seus filhos se tornem uns seres humanos educados, compreensivos, amados e realizados.

A todos os filhos que acham que as mães são umas chatas. Sim de facto somos umas chatas mas, é só uma tentativa de não errar neste que é o trabalho mais importante da nossa vida para o qual nunca tivemos qualquer tipo de formação. Sim somos mães galinhas, mães leoas, somos os animais que tivermos que ser para garantir a vossa felicidade e segurança.

Desejo a todas as mães um dia maravilhoso junto daqueles que mais amam.