Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Ontem foi um dia difícil. Começou com birras do gémeos porque não queriam ir à escola. Continuou numa correria até ao trabalho e eu completamente gelada.
Entretanto tive que sair para buscar uma cliente. Tive a manhã com ela para tentar instalar um computador de trabalho mas sem sucesso. Acabamos por desistir, saímos para almoço e para aquecer um pouco. Enquanto almoçava ligaram-me da creche a dizer que o Santiago tinha caído e iam ao hospital fazer um rx. Deixei a cliente na estação e corri a saber do rapaz. Felizmente não tinha nada partido mas tive que lidar com outra birra. Acabou por ficar a chorar na escola mas não pudia mesmo ficar comigo. Voltei ao trabalho onde tentei colocar as coisas mais ou menos em ordem e onde gelei outra vez.
Saí novamente para a reunião do Guilherme. No fim da reunião o meu filho vêm ter comigo. Assim que olho para ele vejo que tem um olho todo negro e inchado. Pensei que se tinha envolvido numa luta mas afinal levou uma cotovelada a jogar basquetebol.
Este episódio que vos vou contar passou-se poucos dias depois de termos mudado de casa e tirou-nos anos de vida. Infelizmente facilitamos o problema sem nos apercebermos. Acontece que o anterior proprietário deixou as chaves nas respectivas portas. As chaves estavam todas do lado de dentro e nós nem nos apercebemos porque estávamos habituados a não usar chaves.
Os primeiros dias na casa foram muito complicados, só parávamos para dormir e pouco. Andávamos cansados e talvez por isso, desatentos. Enquanto preparava tudo para irmos deitar os rapazes, os pequenos entraram no quarto de dormir e fecharam a porta. Até ai tudo bem porque eles gostam de brincar assim. O pânico começou quando tentei abrir a porta e esta não se mexeu. Gritei aos rapazes para deixarem de fazer força mas depressa percebi que não era por isso que esta não abria. Vi então que um dos rapazes tinha trancado a porta e retirado a chave. Chamei o marido para tentarmos arranjar uma solução. Os estores estavam corridos pelo que não havia maneira de entrar pela janela. A porta não tinha folga para que os rapazes nos pudessem passar a chave. Fomos buscar as chaves todas das outras portas esperando que uma delas funcionasse mas nada. Pedimos ao Santiago que tentasse colocar a chave na fechadura e a rodasse. Ele conseguiu coloca-la no sitio mas não tinha força para destrancar a fechadura. Nós insistíamos com ele para continuar a tentar e ele estava a começam a ficar aflito. O marido já só dizia que tinha que rebentar a porta. Felizmente teve outra ideia e resolvemos experimentar. Colocou uma chave de fendas debaixo da porta e fez com que funcionasse como uma pequena alavanca. Isso proporcionou espaço suficiente para que o Santiago conseguisse passar a chave.
Abrimos a porta com o coração a mil e a primeira coisa que fizemos foi esconder as chaves todas. Um pequeno descuido e estes rapazes dão cabo de nós.