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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Até qualquer dia Bruxelas

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Nós últimos dias o meu telemóvel tem vindo a alertar para a chegada deste dia. Ainda agora me relembrou que estava a pouco mais de duas horas de embarcar para mais uma aventura.

Foram meses de planeamento. Horas à procura do voo mais económico e do melhor local para a estadia. Pesquisas intensivas sobre o que visitar, os meios de transporte a utilizar. Dias as estudar as linhas de metro e comboio.

Toda a preparação fez crescer em mim a vontade de conhecer. Já me via a apreciar aquela dita paisagem, a percorrer aquele determinado monumento ou rua. A fazer aquela viagem de comboio.

Infelizmente todos estes planos tiveram que ser adiados para uma data indefinida. A incerteza dos tempos que vivemos faz com que outras coisas se tornem mais importantes.

No entanto o sonho ainda vive em mim pelo que o adeus não é mesmo um adeus mas sim um até qualquer dia. 

 

 

Deveria ser uma fase feliz

Na sexta-feira passada demos um passo num sonho que temos tido nos últimos tempos. Foi com enorme orgulho que nos tornamos proprietários de uma casa centenária no interior do país. Se tudo correr bem será o nosso melhor refúgio para férias. Fica numa daquelas aldeias onde a rede de telemóvel não chega, onde todos se conhecem e nos dizem bom dia.

Na minha imaginação vejo os meus filhos sempre fora de casa a passarem as tardes a enrrugar na piscina de rio. Quase que os vejo a voltarem a casa à pressa para tomarem banho e, logo saírem de novo ao encontro dos amigos. Eu estarei radiante de os ver em liberdade sem ter que me preocupar com os perigos. 

Claro que neste momento tudo não passa de imaginação minha. A casa está muito degradada, afinal tem quase 100 anos. Será necessário fazer obras mas com tudo o que se está a passar a situação ficou parada.  Agora temos que esperar que tudo passe para podermos avançar e tornar o nosso sonho realidade. 

É tão fácil fazê-los sonhar!

No fim de semana os rapazes foram visitar os avós, quando os fomos buscar estavam todos contentes e com pouco vontade de vir embora. Os mais velhos correram a mostrar-me que o avô lhes tinha dado uma nota a cada um.

- Mas que nota é essa? Mostra-me?- pedi eu

- É um dólar! - respondeu o avô

- É falsa, certo?

- Não é verdadeira.

- O avô disse-nos que é para quando viajarmos à América.- afirmou o Leonardo

- Pois assim quando lá tivermos temos o nosso próprio dinheiro para gastar. Quanto é que vale um dólar? O que é que posso comprar? Quem é este senhor na nota?

Claro que passaram o resto do dia a namorar a nota e a fazer planos sobre o que comprar com os seus fantásticos dólares. É tão fácil fazê-los sonhar!

Por vezes temos que nos resignar

Toda a vida gostei de carros pequenos. Daqueles que se estacionam em qualquer buraco, que consomem pouco combustível, que são leves e práticos. Quando soubemos que eram gémeos tivemos que trocar o meu carrinho de 4 lugares por um monovolume. Esta troca não foi pacifica, lutei muito para que o meu carro se mantivesse na família. Por fim acabei por perceber que não poderíamos andar constantemente a trocar de carro. A nossa vida já é uma correria, temos que nos lembrar de mil e uma coisas diariamente pelo que tivemos que simplificar a coisa. No fundo não poderíamos ficar limitados ao facto de precisarmos de ir buscar os miúdos e o carro não dar para o efeito, ter que ir trocar o carro ou esperar que o outro viesse para então buscar as crianças.

Acabamos então por tocar e eu fiquei com a carrinha que tenho actualmente. Aos poucos aprendi a gostar dela. Mostrou-se mais versátil do que esperava. Surpreendeu-me nos consumos e nunca me deixou ficar mal. Quando resolvemos trocar um dos carros lutei com unhas e dentes para que não fosse o meu. Expliquei por A mais B, demonstrei e provei que este seria que deveríamos manter. Como tinha a razão do meu lado acabei por conseguir manter o meu carro no entanto não é aquele tipo que me faz brilhar os olhos.

Quando andamos a estudar a troca da carrinha do marido apaixonei-me por um modelo novo. Adorei o formato e o tamanho. Sai do stand com a imagem daquele carro na cabeça. O marido também gostou muito e falámos a possibilidade de adquirirmos um dentro de dois, três anos. Eu fiquei muito feliz por pensar que iria poder voltar a conduzir uma veiculo dentro dos meus gostos.

Entretanto o meu carro foi à oficina para fazer uma daquelas manutenções de rotina e ficou lá dois dias. Durante esses dias tivemos que andar a fazer malabarismos apenas com um carro e eu percebi que estávamos errados. Nunca podemos comprar um veiculo de cinco lugares. Imaginem que o carro de sete lugares avaria ou vai fazer uma manutenção, como é que metemos seis pessoas dentro de uma carro normal?

A verdade é que os carros para nós não são luxos. Não temos forma de irmos trabalhar de transporte quer devido aos horários quer devido à localização dos nossos locais de trabalho. Para além disso fica muito mais em conta andarmos de carro do que pagar passes para os miúdos todos.

Já me resignei. Se viermos a trocar a minha carrinha, que já está velhota, será por outro veiculo enorme, que eu terei que conduzir durante mais uns anos. Se tiver sorte quando o Guilherme tirar a carta já poderei ter um veiculo normal, afinal passo a ter menos um no carro. A esperança é a ultima a morrer...