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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Coincidência ou tentativa de homicídio?

No fim do ano fui surpreendida por aglomerado de gente e um veiculo da autoridade na rua vizinha. Estranhei aquilo tudo uma vez que passo por aquele local todos os dias e nunca tinha visto nada assim. Ao aproximar-me do local vejo um carro enfiado numa casa. Sim leram bem. O carro estava literalmente enfiado na casa, mais concretamente na porta de entrada. As pessoas não conseguiam entrar nem sair e segundo sei foi um castigo para tirar o carro do sitio. Valeu o facto de a casa ser antiga e ter aquelas paredes de meio metro de espessura caso contrário o carro teria feito um estrago maior.

O assunto serviu de falatório durante semanas. Quando vivemos numa zona onde não acontece nada este tipo de coisas duram uma eternidade.

Semanas depois, para meu grande espanto estava outro carro espetado contra a casa. Este não acertou na porta mas sim na parede ao lado. Mais um carro desfeito e a casa com um simples amasso. O raio da casa é resistente. Novo falatório na zona. Eu tentei perceber se é habitual aquilo acontecer uma vez que a casa está num cruzamento. Pelo que apurei foram os dois primeiros acidentes que aconteceram naquele sitio, ou pelo menos ninguém se lembra de outros.

Uns dias depois, quando cheguei ao trabalho uma colega pergunta-me se eu tinha visto que outro carro tinha batido na casa. Eu referi que quando passei já não estava nada mas ela afirma que hora e meia antes estava lá outro carro se bem que este bateu ao de leve na casa.

Dizem que não à duas sem três mas eu se fosse os vizinhos tratada de mudar de casa. Para mim isto parece-me mais tentativa de homicídio do que coincidência, não?

 

Já nem fico envergonhada

Ontem ao sair da escola o Santiago desatou a correr de braços abertos enquanto gritava pai. Eu segui o rapaz com o olhar sabendo que o meu marido não estava nem por perto. Vi-o então correr para um homem que nem sequer era parecido com o marido. O senhor parou com ar surpreso perante a criança que corria para ele, depois olhou para mim e o eu olhar dizia: "não sei o que andas-te a dizer ao rapaz mas eu nunca te vi na vida". Eu limitei-me  abaixar o olhar para o pequeno, peguei-lhe na mão e disse-lhe que o pai estava em casa.

Continuamos o percurso até ao  carro. Estava a ajudar o Salvador a entrar quando oiço:

- Guilherme estás aqui.

Levanto os olhos e vejo que o Santiago se prepara para abraçar um miúdo que também não era o irmão. O rapaz e a mãe olhavam de forma confusa para o pequeno. Eu tive que intervir dizendo ao rapaz que estava enganado e não era o irmão.

O rapaz estava especialmente confuso ontem e cheguei a pensar se deveria voltar com ele ao oftalmologista. Seria de esperar que ficasse envergonhada com o assunto mas já nem ligo. Digamos que ao fim de quatro já passei tantas vergonhas que fiquei imune.

Eu, só eu...

Ontem a caminho de casa tive uma situação caricata. De um momento para o outro o carro começa a apitar e eu começo a perceber o motivo de tanto alarido. Vi então que o Salvador tinha tirado o cinto de segurança e fui forçada a parar o carro. Tive que encostar numa zona de terra à beira da estrada mas como era estreita fiquei mesmo rente ao traço continuo. Aproveitei uma brecha no transito, sai do meu local e enfiei-me no banco de trás para apertar o cinto ao rapaz.

Ralhei com ele e disse-lhe que não podia fazer aquilo. Ele desatou a chorar, eu tentei acalma-lo quando comecei a ficar em pânico perante a asneira que tinha feito. Quando me sentei no banco de trás deixei que a porta fechasse porque não queria que algum carro ma arrancasse, o problema é que temos a tranca de crianças activada. Assim dei por mim fechada junto com os miúdos no banco de trás. Tentei baixar o vidro para alcançar o puxador do lado de fora mas também os vidros estão trancados para segurança dos pequenos.

Pois estava ali presa com o carro a trabalhar, chave na ignição, o Salvador a chorar e eu só pensava o que mais poderia correr mal. A única opção era passar por entre os bancos para os lugares da frente. Num carro normal isto até nem corre mal, mas no nosso é um pouco mais difícil devido aos apoios de braços que diminuem o espaço entre bancos e por causa da consola de arrumação que existe entre os bancos, no local onde costumava estar o travão de mão. Juntem a isto o facto de eu conduzir com o banco colado ao volante e o espaço para me enfiar entre o banco e o volante é quase inexistente. Acabei por fazer quase a espargata, apontei a perna direita para o buraco disponível, deixei a esquerda no espaço de trás. Depois deixei-me deslizar para o banco do condutor sem saber o que fazer á perna esquerda. Lá consegui juntar o joelho à testa e roda-la para o sitio certo.

Se me cansar da minha profissão actual posso ir trabalhar como contorcionista. No fim chegamos a casa sãos e salvos. O marido perguntou porque tinha demorado tanto eu limitei-me a sorrir e pensar se ele soubesse....