Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Este ano tivemos umas férias diferentes. Em vez de fazermos praia rumamos ao norte para a terra onde o meu pai nasceu e eu passei tantos verões.
Soube maravilhosamente matar saudades daquele local de onde tenho tantas boas memórias. Foi maravilhoso aproveitar uns dias de paz e silêncio. É um local onde apenas os barulhos dos animais e da água se fazem ouvir.
Foi óptimo ver os rapazes em liberdade, a comer amoras directamente das silvas.
Apanhar maçãs bravas e uvas doces como o mel onde quiséssemos.
Beber água fresca a qualquer hora. Basta ir à fonte e encher um recipiente.
Longos banhos de rio.
Acabou depressa e esse foi o principal defeito destas férias.
Estava a ler o post de hoje da Chic'Ana e lembrei-me de mais uma daquelas que só nos acontecem a nós.
Todos os anos temos por habito ir à neve na Serra da Estrela. Esta tradição começou quando eu e o meu irmão éramos pequenos e ainda a mantemos até hoje. Numa das idas em questão levamos o filho de uma amigo do meu pai connosco. Paramos numa zona mas a meio da serra onde brincavam meia dúzia de miúdos, sem grandes confusões. Ora ao fim de alguns anos de idas à neve, começamos a pensar que já somos experts no assunto e eu não sou diferente. Resolvi trepar para uma parte mais alta da neve para poder brincar à vontade. Ora a neve naquele local estava a começar a derreter, cada vez que eu metia um pé enterrava-me até aos joelhos. Claro que não desisti e consegui chegar ao topo seguida do amigo que levávamos connosco.
O meu irmão viu-nos e queria ir para ao pé de nós. O meu pai ( que não é uma pessoa nada brincalhona) indica-lhe que fosse subir pelo exacto sitio onde eu me tinha enterrado até aos joelhos. O meu irmão assim o fez, meteu um pé e enterrou-se, meteu o outro e ficou preso. Eu e o amigo tentamos sem sucesso tirá-lo mas sem sucesso, um dos sapatos estava preso e não conseguíamos fazer angulo para o tirar. As pessoas à volta começaram a olhar para o meu pai que nada fazia sobre o assunto. O meu pai olhava para ele e para os sapatos como que avaliar a situação. Nós continuávamos a tentar ajudar o meu irmão, até que sentimos o meu pai ao pé de nós e começamos a ouvir risos e gritos. Finalmente o pai conseguiu tirar o irmão do buraco e então reparei que estava uma multidão a rir e a olhar para nós. Olhei para nós a tentar perceber o motivo da risota e deparo-me com o meu pai descalço na neve.
Aparentemente decidiu que não queria molhar os sapatos novos, então tirou os sapatos e as meias e lá foi ele para cima da neve.