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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Odores que trazem lembranças.

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No fim de semana resolvi fazer ervilhas com ovos escalfados. Devo confessar que é algo que não comia à anos. Enquanto cozinhava o aroma invadiu a minha cozinha e eu fui quase que teleportados para a minha infância. Só me conseguia recordar de quão bem a minha avó fazia este prato e de todas as vezes em que me recusei a comer.

Pensar que dizia não gostar deste prato sem lhe dar qualquer hipótese. 

Para me redimir, desta vez comi e comi bem mas claro que nem se comparava aos sabores que guardo na memória.

Aquele dia X no calendário

As pessoas que me rodeiam queixam-se que eu ando de mal humor. Eu também já o notei e até vejo mais do que um simples mau humor. Vejo uma tristeza grande dentro de mim, muitos são os sorrisos falsos que coloco na cara para que as pessoas não se percebam o que cá vai dentro. Foi uma coisa que chegou de mansinho mas tem vindo a crescer. Tristeza, desanimo, revolta. Sinto uma raiva dentro de mim e não sei o que despoletou. Não gosto do que vejo em mim e então faço o que sei fazer melhor, isolo-me. Deixo de participar nas conversa e brincadeiras. Refugiu-me no trabalho e na leitura. Faço tudo para desligar os meus sentimentos para não disparatar à mínima coisa.

Dou por mim a pensar se estarei deprimida. Questiono-me se é culpa do Outono porque dizem que faz estas coisas às pessoas. Procuro uma explicação porque não percebo o que originou isto. Depois olho para o calendário e percebo. É engraçado como o nosso subconsciente funciona. Como a dor chega antes mesmo que nos apercebermos que estamos outra vez na época negra do ano. Não à nada a fazer se não continuar e esperar que a dor volte para o sitio de onde saiu. Sei que ainda vai doer mais do que doí hoje mas também sei que vai acabar por passar. A lembrança tem destas coisas não trás só boas recordações.

Decisões dificeis

Ao longo do ultimo ano travamos uma luta interna. Vimos os pequenos a crescer e a roupa a crescer com eles, sentimos o barulho a aumentar dentro de casa, sentimos o espaço a diminuir. Lutamos, lutamos muito contra a ideia de mudar de casa. Tentamos arranjar soluções de arrumação,fizemos escolhas periódicas do que já não usamos para ganharmos espaço. No entanto as coisas continuaram a aumentar. No inverno deparei-me com um problema com a roupa dos gémeos que dobrou de tamanho desde o ano passado. Fiquei com o roupeiro cheio, a parte dos pendurados ficou sem espaço para casacos e nas prateleiras não cabiam as calças e camisolas todas. O roupeiro extra que compramos está cheio, metade tem roupa do Leonardo e a outra está cheia com roupa do Guilherme. Para além da roupa de vestir temos roupa de cinco camas o que significa muitos lençóis e edredons. Temos sapatos de seis e uma montanha de tolhas para esta família numerosa. A arrecadação de 4 m2 está cheia com ferramentas, escadote, bicicletas, primeiros trabalhos da escola, álbuns de fotografias, árvore de natal e decorações, caixas de roupa para os gémeos....

Começamos a pensar onde poderíamos colocar mais moveis para acomodar a roupa e sapatos. Tentávamos agarrar-nos à nossa casa. Gostávamos da familiaridade e do conforto que nos proporciona. Gostávamos também do valor da prestação que nos permitia algum desafogo. 

Eu nunca quis mais encargos, aliás nem quis comprar uma casa de férias quando o marido teve essa ideia. O que eu queria mesmo era juntar o dinheiro e viajar todos os anos. No entanto a realidade chamou-me à razão. Será que valeria a pena vivermos tipo sardinha em lata durante 11 meses do ano para podermos ter uma ou duas viagens por ano? Será que valeria a pena comprar mais móveis o que iria resolver  arrumação mas iria limitar o espaço que temos para nos mexermos?

Acabei por perceber que merecíamos melhor. Os nosso filhos mereciam melhor. Começamos então o processo de mudar de casa e temos vividos dias loucos.Entre visitas a imóveis, bancos, avaliações, certificados energéticos, contratos de promessa de compra e venda, imobiliárias... Estamos cansados mas já vemos a meta.

O problema é que a meta não trás a sensação de euforia que pensamos que traria. A meta trás uma sensação agridoce de quem têm que deixar a primeira casa. Uma casa que continuamos a adorar e que está cheia de recordações. Uma casa onde todos os meus filhos deram os primeiros passos e disseram as primeiras palavras.

Vai ser difícil fechar a porta.

Lembra-me alguém que conheço

No sábado de semana estava a preparar o almoço quando o Santiago se chega a mim e me pede cenoura.

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Eu tratei de lhe dar e não pude deixar de lembrar tempos nostálgicos da minha infância. Recordei que também pedia sempre cenoura à minha mãe. Lembrei-me que adorava quando ela a ralava porque assim ficavam muitos bocados que podia comer.

 Recordei também as férias que passava com os meus avós na aldeia. Recordei que o meu dia preferido era à quinta feira porque era quando passava a carrinha da fruta e legumes. Nesse dia nunca queria comer nada do café. Não queria bolos nem batatas. Não queria pão nem leite com chocolate.Tudo o que eu queria é que a carrinha da fruta chegasse depressa para pedir à minha avó cenouras. O senhor achava-me tanta graça que me descascava logo uma.

 

Hoje olho para o meu filho e sorrio cada vez que me pede um pouco de cenoura.

 

Fotos para a posterioridade

Em tempos contei-vos que fomos fazer uma sessão fotográfica. Foi difícil conciliar a nossa agenda com a do fotografo. O objectivo era fazer uns álbuns para oferecer às avós e à madrinha que fazem todas anos em Agosto. As prendas foram dadas fora de horas mas estavam tão giras que ninguém se importou de receber tarde. Depois foram necessários mais alguns meses para conseguirmos as nossas fotos impressas e em formato digital mas finalmente temos tudo.  

O trabalho foi feito por um amigo que por sinal também foi o fotógrafo do nosso casamento. Fez um trabalho fantástico e olhem que os modelos, principalmente os pequenos não ajudaram.

Deixo-vos as minhas fotos preferidas e o link do artista.

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