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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Seis meses de mudança

Pensámos que a mudança de casa nos traria um maior sossego. Almejamos por mais tempo disponível, por serões mais tranquilos, por mais liberdade para os rapazes. Sim almejamos por muita coisa mas a verdade é que ainda não estamos nesse ponto. Por vezes a vida tem uma forma de nos pregar rasteiras, rasteiras estas que nos podem fazer cair ou abrandar dependendo da nossa reacção. Por aqui não caímos totalmente mas abrandamos.

A verdade é que não posso dizer que foi a mudança de casa que nos trouxe todos os problemas, provavelmente se estivéssemos onde estávamos, hoje em dia, teríamos os mesmos desafios. É o primeiro ano que lidamos com três estabelecimentos de ensino diferentes. É a primeira vez que lidamos com com um quinto ano e com todas as mudanças que isso trás.

Passaram pouco mais de seis meses desde a mudança, seis meses de aprendizagem constante. Foi necessário recomeçar ao mais ínfimo pormenor. Experimentar várias padarias da zona para perceber que pão nos agrada mais. Visitar todas as farmácias e ainda não me decidi qual é a minha favorita. Perceber onde existe uma retrosaria, uma churrasqueira,uma florista, um fotografo. Procurar pelo posto dos CTT, pela biblioteca e pela esquadra da policia.

Existe ainda imensa coisa para aprender e muita coisa a que temos que nos adaptar. Felizmente existe outras a que já nos habituamos muito bem. Adoro a calma da zona, a ausência de barulho. Adoro a proximidade do meio rural. Adoro acordar com o cantar do galo. Adoro ver as galinhas da vizinha a fazer malabarismo nos muros da casa. Adoro ver os cavalos e os póneis nos campos. Descobri uma imensidão de pássaros diferentes, deixo-me estar a observa-los nas árvores do quintal e, todos os dias, vejo espécies que nunca tinha visto. Outra coisa que adoro são os cheiros , o cheiro a lareira, o cheiro a fruta mais concretamente os citrinos, nesta época do ano. Estou apaixonada pela nossa laranjeira cujas laranjas são divinais, há anos que não comia laranjas tão boas.

Resumindo tudo muito resumido existem coisas boas e coisas menos boas mas não existe nenhuma péssima o que já é bom. Continuamos em processo de adaptação mas estou certa que mais uns tempos e teremos limadas estas arestas que ainda faltam limar.

Sobrevivemos à primeira semana de aulas

Os gémeos ainda ficam tristes por não ficarem com nenhum dos irmãos. O Guilherme está a adorar a liberdade do quinto ano. Adora ir e vir de autocarro se bem que na primeira viagem quase que não saia na nossa rua. Vi o autocarro para e os miúdos sair. Não vi o Guilherme e o autocarro começou a andar. Pensei que tinha que ir atrás do autocarro para o apanhar quando saísse mas o veiculo parou novamente e ele lá saiu.

Depois desta situação nunca mais tivemos problemas nas viagens. O Guilherme está a gostar das aulas, já tem bastantes amigos e ainda não perdeu nada o que é uma coisa inacreditável. O Leonardo também está contente. Diz que gosta da professora e dos colegas. Brinca no recreio com os amigos e não tem feito birras. Numa semana a única coisa menos positiva é que ligaram-me da escola a dizer que o Leonardo não come quase nada ao almoço. Pediram-me para falar com ele e eu assim fiz. Ele pediu-me para lhe mandar mais coisas na lancheira e eu respondi que não, expliquei-lhe que tem que comer o almoço ou então ficar com fome. Não sei se vai resultar ou não mas vamos ver. 

Os gémeos acabaram por não mudar de escola. O facto de termos que lidar com três escolas ao mesmo tempo aliado ao facto de o Salvador não largar a fralda nem por nada, fez com que repensássemos a mudança de escola. Acabei por canelar a matricula na escola publica e para o ano logo veremos. Ele ficaram tristes porque gostaram muito da escola publica e durante uns dias só diziam que queriam ir para outra escola. Entretanto habituaram-se e já não há tantas birras.

Agora resta-nos viver em correria constante entre escolas até as férias e esperar pelas primeiras avaliações.