Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Para mim este ano o verão foi um pouco estranho. Talvez tenha sido do vento que não nos largou e arruinou as noites de calor. Talvez tenha sido só impressão minha. Pensei que o calor se manteria até tarde. Que seria daqueles anos em que iríamos usar t-shirt até Novembro. O Outubro veio e provou que estava bem enganada.
Este fim de semana dei a mão à palmatória e resolvi preparar os roupeiros para as próximas estações.
Felizmente conseguimos reaproveitar imensa coisa. Os gémeos e o Leonardo estão vestidos. O Guilherme precisa de meia dúzia de coisas.
O que não serve já está em sacos para seguir viagem para outras casas com a nossa que acreditam piamente no reutilizar e reciclar.
Neste últimos dias a minha vista tem sido inundada de fotos sobre o regresso às aulas. Pelas minhas contas vi cerca de 15000 mochilas LOL, 10000 do Homem aranha ou de um outro qualquer super herói. Perdi a conta a estojos e material novinho em folha. Assisti a reportagens em que os pais afirmavam ter gasto largas centenas de euros, por cada criança, para o regresso às aulas.
Assimilei isto tudo pensado no quanto a nossa família não é normal. Ora vejamos, o Guilherme foi o que nos custou mais dinheiro. Uma mochila, um dossier e os livros de atividades. Nisto tudo pouco passamos de uma centena de euros, dos quais mais de dois terços foram gastos nos livros. O estojo é o do costume e os materiais foram reutilizados.
O Leonardo ficou ainda mais barato. Herdou os manuais e livros de atividades do irmão. A mochila e os estojo foram lavados e reutilizados bem como todos os materiais que estavam em condições. O único material novo que teve direito foi a um dossier, um compasso e lápis com uma numeração diferente para Educação visual.
Tenho ideia que os meus filhos devem ser das poucas crianças que iniciam o ano com meia borracha ou com um lápis insertado. Recuso-me a engordar os estojos com material novo quando o que tinham ainda está em condições. Recuso-me por um ideal ecológico, económico e socialista.
Não quero com esta publicação condenar quem gosta de encher as crianças de material novo mas sim alertar que podemos ser diferentes.
Acabei de perceber porque nunca vou ter um blog muito conhecido. Enquanto as bloggers da moda postam coisas novas acabadas de comprar eu faço post sobre a roupa usada que me dão.
Entendo que ler sobre vidas fantásticas é muito mais interessante que acompanhar pessoas com uma vida normal.
Ainda assim reutilizar e reaproveitar vai ser sempre o lema da nossa vida, independentemente dos euros que temos na carteira. As roupas, quando deixam de servir, seguem para outras pessoas que seguem o mesmo lema. Assim sentimos que fazemos algo pelo mundo em que vivemos.
Aqui em casa entrar numa nova coleção significa ir investigar o que conseguimos reutilizar. Aproveitei o fim de semana para dar uma escolha nas roupas dos mais velhos e noutras que nos deram.
A escolha correu bem e os rapazes ficaram praticamente vestidos para o inverno.