Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Toda a vida o ser humano viveu com receio de monstros. Em pequenos temos medo do escuro, dos roupeiros, do vão em baixo da cama. Sonhamos com monstros assustadores, verdes, roxos, com muitos olhos, sem olhos, viscosos ou escamosos. Depois crescemos e o nosso medo é direcionado noutro sentido. Procuramos monstros no lago Ness, o abominável homem das Neves. Olhais para o espaço e questionamos-nos sobre o que viverá lá fora. Exploramos o fundo doa oceanos para garantir que estamos seguros. Matamos animais selvagens porque também são monstros que nos podem fazer mal.
No entanto, por muito que buscemos nunca vamos encontrar os verdadeiros monstros. Os verdadeiros vivem no meio de nós, vestem a nossa pele e falam as nossas falas. Vivem bem perto sem que, muitas das vezes, tenhamos a mínima ideia que não é uma pessoa normal. São pessoas que se cruzam connosco na rua, o vizinho a quem dizemos bom dia, o padeiro que nos trás o pão, um colega com quem trabalhamos diariamente. Pensamos que são pessoas normais até ao dia em que matam um filho, uma mulher, um companheiro, um familiar, um desconhecido. Até ao dia em que colocam uma bomba ou entram aos tiros por uma escola dentro.
Se calhar esta na altura de deixarmos de olhar para longe e passamos a olhar mais para perto em busca dos tais monstros. Estes sim são a verdadeira ameaça à nossa sociedade.