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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Andamos cegos ou não queremos ver

Ontem quando fui buscar os pequenos à creche aconteceu-me uma coisa esquisita. A educadora chamou os meus meninos que vieram logo a correr para mim. O primeiro a sair foi o Salvador e quando se chegou a mim nem o reconheci. Olhei para ele e ia jurar que aquele não era o menino que eu tinha deixado na instituição de manhã. Vi um rapaz, pequeno é certo mas um rapaz. Vi uma cara que demonstra que já não é bebe. Vi um corpo que perdeu as formas arredondadas dos primeiros anos de vida. 

Chegou o Santiago e estava igualmente diferente, já com cara e corpo de rapaz. Por momentos apeteceu-me chorar, abraçar aqueles rapazes e chorar. Não por estarem a crescer mas sim porque eu nem me estava a aperceber que eles estão a crescer. Senti-me má mãe. A verdade é que senti isto com todos os meus filhos. Aprendi a custo que eles crescem rápido de mais e nós na correria que vivemos andamos cegos. Ás vezes penso se andamos cegos ou não queremos ver, se calhar é um pouco dos dois. Estamos tão preocupados com o dia a dia que nem nos apercebemos que eles mudam um pouquinho todos os dias. Também é verdade que é difícil perceber este crescimento todos os dias, que é mais fácil para quem só os vê de dez em quando. Mas a verdade é que eu como mãe não quero perder pitada e pelos visto estou a perder.

Ao fim de quatro já devia estar mentalizada que isto ia acontecer mas acontece que estou sempre a prometer que desta vez vais ser diferente. Prometo a mim mesmo que é desta que vou dar conta de tudo nem que seja que lhe cresceu mais um cabelo na cabeça e depois desiludo-me. Sei que eles vão continuar a crescer e que nem sempre vou perceber logo as mudanças. Assim é a nossa vida, assim temos que continuar. Eu cá continuo a pedir para o tempo passar mais devagar mas ele nunca me dá ouvidos.

O banho da mãe

O banho da mãe tornou-se talvez a tarefa mais difícil do dia. Por norma pode acontecer de duas maneiras. Na primeira opto por um banho partilhado, pego nos gémeos e enfio-os na banheira comigo. Trato de um e o marido vem busca-lo para o secar e vestir. O pequeno que sai sai a berrar porque quer continuar na banheira com a mãe e o irmão. Eu oiço-o berrar o tempo todo enquanto tento despachar-me a mim e ao segundo gémeo. Se correr bem consigo acabar ao mesmo tempo que o marido chega para levar o segundo e a choradeira é menor. O primeiro deixa de chorar porque vê que estamos a sair e o segundo choraminga só um pouco porque nunca quer sair do banho. Se não consigo estar pronta a tempo oiço dois rapazes aos berros pela mãe enquanto o pai tenta vestir o segundo.

Existe ainda outra versão em que a opto por tomar banho sozinha depois de ambos despacharmos os gémeos. Seria de esperar que fosse um momento mais sossegado mas desenganem-se. Se não tranco a porta os gémeos estão constantemente a espreitar para dentro da banheira e a meterem-se comigo. Deixam a porta aberta e o frio entra pela assoalhada, tentam mexer na água e eu tenho que gritar para que o marido venha em meu socorro. Se tranco a porta fico com medo que ela venha a baixo. Os rapazes ficam a chorar do lado de fora enquanto forçam o puxador uma e outra vez. Quando a porta não cede começam aos encontrões a porta e eu chego a pensar que a vão partir. Oiço o pai repreende-los uma e outra vez, eles abandonam o perímetro mas só por breves momentos e voltam logo ao ataque.

Para além disto tudo a hora do banho da mãe é ainda a altura ideal para os mais velhos me virem fazer perguntas. Os querem ajuda num TPC, ou querem saber o que é o jantar, ou querem saber onde está o pijama, um brinquedo...

 

 

Sempre no nosso pensamento

Deixamos os miúdos na avó e o marido diz:

- Vamos mesmo ter um fim de semana só nosso?

- Vamos...mas não vai ser como antes dos rapazes.

- Não vai pois não? Já estamos a pensar neles.

E a verdade é essa. Divertimos-nos sim mas nunca deixamos de pensar e falar sobre eles. Comentamos como ficariam aborrecidos no museu, como iriam gostar de explorar a catedral, como iriam adorar o parque infantil e qual seria a reacção à capela dos ossos. 

Ser  pai ou mãe significa trazer os nosso filhos sempre no coração.

 

Nem sempre os pais concordam um com o outro

No feriado de dia um o Guilherme tinha treino da bola às nove e meia da manhã. O pai foi chama-lo e voltaram os dois para a cozinha. O Guilherme sentou-se à mesa e o pai disse-me que o rapaz não queria ir ao treino.

Eu afirmei que tinha que ir e nada, enquanto resmungava com o marido por pactuar com o rapaz. Tivemos os dois ali um pouco a trocar argumentos sem que conseguíssemos provar quem é que tinha razão.

Será que é possível duas pessoas terem ambas razão com ideias tão diferentes?

Ora vejamos, o marido achava que não o deveríamos forçar porque o facto de ir contrariado só o faria andar sem vontade no treino e consequentemente teria menor rendimento. Concordei com ele neste ponto porque sei que a motivação move montanhas e que contrariados nunca temos os resultados desejados. Para além disso o marido argumentou ainda que concordámos que ele fosse jogar à bola para se divertir ( extravasar, libertar energias) não para andar contrariado. Mais uma vez achei que era um argumento válido. Fazemos questão que os rapazes tenham actividades mas sempre na componente liberal. Não somos daqueles pais que sonham ter o próximo Cristiano Ronaldo em casa e que os treinam de manhã à noite. Por isso mais uma vez achei que o marido tinha razão no que dizia.

Da minha parte ficou o argumento da nossa palavra e do compromisso. A meu ver o rapaz assumiu um compromisso com o clube e com os colegas de equipa quando entrou para a equipa. Compromisso esse que deve ser honrado. Não acho certo estarem a contar com ele e ele não aparecer. Não é este o tipo de educação que eu quero dar aos meus filhos. Quero que cresçam a entender que quando dizemos que sim é sim. Que quando nos comprometemos temos que cumprir. Afinal quantos de nós apareceríamos para trabalhar se ficássemos em casa quando não nos apetece ir?

Acabamos por concordar em deixar o rapaz faltar ao treino mas com um aviso que era a primeira e ultima vez. Tem que perceber que se quer jogar têm que ir faça chuva ou faça sol. Se vai inventar desculpas mais vale desistir de vez e poupar tempo e dinheiro aos pais.

No fim tinhamos ambos razão ou não?

Mudança da hora antes e depois de sermos pais

Antes de ser mãe a mudança da hora deixava-me louca, principalmente esta em que ganhamos uma hora. O que acontecia era que o meu corpo não aceitava o facto de a hora ter mudado e então continuava a acordar à hora do costume. Isto significava que de manhã acordava uma hora mais cedo e à noite estava a cair de sono. Passavam-se semanas até que conseguisse entrar no ritmo.

Desde que fui mãe passei a agradecer esta mudança. O tempo mais fresco convida a que se durma mais um pouco e os miúdos nem deram pela mudança, simplesmente dormiram. Como tenho muitas horas de sono em atraso isto fez com só acordasse com o despertador a tocar. Soube tão bem! E sabe ainda melhor saber que amanhã é feriado.

Só não gosto da outra mudança da hora. Como devem compreender custa-me muito deixar de dormir uma hora. Tenho até Março para me mentalizar.

Como cuido de mim

Muitas são as pessoas que me perguntam como consigo ter tempo para mim. Como consigo andar arranjada mesmo com os quatro miúdos.  A tarefa é difícil mas não impossível, com esforço e boa vontade é possível. No fundo cada mãe têm que se ajustar à dinâmica familiar e procurar o seu espaço. Porque precisamos de espaço caso contrário sufocamos. Somos mães primeiro que tudo mas também somos mulheres e é importante não os esquecermos disso.

Para mim o mais importante depois de sermos mães é mantermos a nossa auto-estima. Bem sei que é difícil, o nosso corpo ficou diferente, o nosso cabelo cai a montes, temos olheiras que mais parecem crateras, mas no fundo continuamos a ser nós. Simplesmente estamos a atravessar por mais uma fase de mudanças tal como já passamos noutras alturas da nossa vida. Cada mulher têm que descobrir o que a ajuda a sentir-se bem consigo própria porque uma coisa vos garanto, uma mãe feliz e de bem consigo própria resulta numa mãe melhor para os seus filhos.

Eu também lutei pelo meu espaço principalmente depois dos gémeos. Duas crianças pequenas a comer de três em três horas, duas crianças crescidas a quererem atenção, o marido, a restante família e afinal onde ficava eu. Tive que me adaptar. Simplificar o que podia, porque simplicidade significa mesmos tempo gasto nessa tarefa. Uma das primeiras coisas que fiz foi fazer alisamento do cabelo. Tornou tudo mais simples, basta dar uma secagem enquanto penteio com os dedos e já está. Para além de ser fácil ainda me promove brincadeiras com os miúdos. Adoram vir meter-se comigo quando estou a secar o cabelo,eu, de vez em quando, viro o secador para eles e eles desatam a correr as gargalhadas assim que sentem o bafo quente.

Outra das coisas que tive que simplificar foi o banho. Só conseguia tomar banho quando o marido estava em casa porque alguém tinha que tomar conta dos pequenos. Primeiro comecei a leva-los na espreguiçadeira para  a casa de banho. Como o polibã é de vidro eles viam-me lá dentro e ficavam quietinhos  a ouvir e ver a água. Entretanto começaram a crescer e a sair das espreguiçadeiras pelo que comecei a mete-los no polibã comigo. Foi a forma que arranjei para tomar banho descansada. Eu posso estar ali o tempo que quiser e eles não se importam nada porque estão sentados a brincar com a água. O beneficio maior da situação é que nunca ganharam medo do chuveiro porque conhecem-no desde sempre. 

Outra dificuldade que me deparei, isto aliado também ao facto de ser um pouco relaxada neste assunto, foi ter tempo para colocar creme no corpo. Uma pessoa sai do banho acompanhadas pelos miúdos e quer é despachar-se a vesti-los a ele e a si também. Resolvi estão voltar a utilizar um produto que experimentei na gravidez e que gostei bastante. Estou a falar daqueles condicionadores da nívea que são para colocar no banho e passar por água. São práticos, rápidos, fáceis de usar e deixam a pele suave e hidratada. Eu sou fã e nunca falta cá em casa.

Falta-me falar sobre a depilação. Há anos que me rendi às maquinas. Primeiro porque não tenho paciência para ir a um salão fazer a coisa com cera. Segundo porque já fiz alergia a algumas ceras o que me deixa com o pé atrás. Terceiro gosto de ter sempre as pernas sem pelos e com a cera temos que os deixar crescer um pouco para conseguir arranca-los. Ora com a máquina não há nenhum destes problemas. A depilação pode ser feita em qualquer hora em qualquer lugar. Levei a minha comigo para o hospital e tive sempre as pernas arranjadas durante as três semanas de internamento. Aliás fiz a depilação na noite em que os meninos nasceram, como não podia estar ao pé deles e não conseguia dormir entretive-me tratar das pernas. Outra coisa que gosto na máquina é que apanha os pelos todos mesmo aqueles minúsculos que ainda mal estão de fora. Opto por todos os fins de semana passar a máquina, gasto cerca de 10/15 minutos e tenho sempre as pernas arranjadas. Sei que muita gente se queixa que as máquinas são dolorosas mas eu não acho, inclusive até depilo as axilas e tudo com ela.

Deixo uma foto da minha amiga.

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Espero que os meus truques ajudem. Existe mais alguma coisa que ficou por explicar?

Se tiverem truques próprios, por favor, partilhem.

 

Utilidade de uma espreguiçadeira

Para o comum dos mortais as espreguiçadeiras são uns objecto em que colocamos os bebés até aos 9 Kg. Serve para abana-los e para estarem sentados quando ainda são pequenos.

Cá em casa, descobrimos muitas mais utilidades para este objecto. Ora vejamos:

  • Serviu para dormirem como faziam quando eram pequenos
  • Serviu para descansarem mesmo depois de já terem peso a mais para utilizar. Já tinha mostrado como fazem cá em casa aqui.
  • Serviu para treparem  para cima do sofá como podem ver aqui
  • Serviu muitas vezes para comerem como já vos mostrei neste post
  • Servem neste momento como cancelas ou barreiras para impedir os gémeos de alcançarem certas coisas, nomeadamente a árvore de Natal. Claro que não os impedem de alcançarem os objectivos mas, pelo menos, abrandam-nos dando nos hipóteses de os para a tempo.Ficam as provas.

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 Como foi com vocês? Também inventaram novas utilidades para estes objectos?