O gang das bicicletas
Em poucas lições o marido conseguiu ensinar os gémeos e o Leonardo a andar de bicicleta. Mais uns tempos de treino e estamos prontos para uns passeios em família.
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Em poucas lições o marido conseguiu ensinar os gémeos e o Leonardo a andar de bicicleta. Mais uns tempos de treino e estamos prontos para uns passeios em família.
Nada como acabar o dia a vigiar os rapazes pela janela enquanto faço o jantar.
É tao bom vê-los brincar e não estarem colados à televisão.
Aproveitamos para brincar à sombra. Revoltaram na relva. Fizeram corridas. Andaram descalços. Leram livros.
Brincaram, brincaram e brincaram.
Sempre ouvi as pessoas falarem mal por terem de usar farda. Muitos são os que não gostam de andar na rua a fazer publicidade à empresa. Outros porque não gostam de ter que trocar a sua própria roupa por outra. É certo que as fardas nem sempre assentam bem, nem sempre são feitas com bons materiais e por vezes a cor não nos favorece. Se pensarmos bem sobre o assunto estou certa de que vamos encontrar coisas positivas.
Eu cá voluntariei-me à força para usar farda. Quando me pediram para dizer o que era necessário para o meu pessoal requisitei também para mim. Primeiro ouve quem me perguntasse porquê. Outros que me questionaram se tinha se certeza de querer usar a farda. Eu aceitei as perguntas e sugestões mas aderi à farda do mesmo jeito e não podia estar mais satisfeita. Só o levantar de manhã e não ter que pensar o que vestir é um descanso enorme para a minha cabeça. Todos os dias tenho que preparar a roupa para os quatro rapazes e quando chegava a minha vez já não tinha cabeça para nada. Assim passei a ter menos uma dor de cabeça é só levantar e vestir sem ter que raciocinar. Outra coisa que também têm de bom é que deixei de precisar de tanta roupa. A minha roupa passou a ser usada ao fim de semana e férias por isso não preciso de mil peças no guarda roupa. Deixei também de ter o problema da roupa que se estragava no trabalho e que me obrigava a ter que comprar mais. Agora não se estraga e quase não é vestida pelo que não tenho necessidade de compras. Para uma forreta como eu isso é uma vantagem enorme e se só comprava roupa em extrema necessidade agora vou passar a comprar... acho que nunca mais.
É certo que nem tudo é lindo. Reparo a forma como as pessoas me olham quando passo na rua. Algumas com curiosidade mas outras com puro desdém, como se de alguma forma a roupa que uma pessoa veste pudesse deferir que é. Eu cá continuo a dizer que ninguém é melhor que ninguém, que nunca se deve julgar o livro pela capa.Eu cá vou continuar a ser do contra e a vestir farda enquanto quiser. Opiniões e experiências existem por aí?
A mãe continua a ter uma criança dentro dela. Adora andar de baloiço e não diz que não ao escorrega. A mãe aproveita o facto de os pequenos estarem a passar a fase do medo do escorrega e escorrega em comboio com eles, só para lhes tirar o medo nunca para diversão.
A mãe gosta de procurar parque infantis vazios para poder ensinar o mais velho a fazer cambalhotas nos ferros sem que os outros pais olhem para ela de uma forma estranha. A mãe gosta de se divertir e brincar com os rapazes mas certas pessoas não vêm isto com bons olhos.
A mãe é tão criança que a primeira coisa que faz quando chega a um parque de areia é...
Tirar os sapatos e andar descalça o tempo todo. Depois não quer que as outras pessoas a olhem de lado.
Isto de abrir algum controlo sobre a vida dos nosso filhos não é nada fácil sobretudo para maníacos do controle como eu. Contudo sei que não é benéfico para eles. Eu tive uma infância repleta de liberdade e bem sei a felicidade que sentia. Bem sei que os meus filhos nunca poderão ter a liberdade que nós tivemos quando éramos pequenos devido à altura em que vivemos mas eu estou a esforçar-me para lhes dar alguma.
Para o ano o Guilherme irá para o quinto ano e isso poderá implicar sair ou entrar na escola a horas que nós não o possamos acompanhar. Estamos então a tentar aos poucos dar-lhe mais autonomia para que não seja um choque para ele. Começamos então a deixa-lo ir brincar para a rua.
A primeira vez que aconteceu vínhamos do parque e passamos por una rapazes a jogar à bola. Ele quis ficar e como os rapazes o deixaram juntar ao jogo nós deixámos. Deixei os restantes em casa com o pai, peguei num livro e fui sentar-me no banco do jardim a vê-lo. Ele percebeu e veio questionar-me porque é que eu estava a espia-lo ao que eu respondo que resolvi aproveitar para me sentar ao sol a ler um livro. Sei que ele ficou contente pela ideia de confiarmos nele e depois não gostou que eu voltasse atrás mas era a primeira vez e eu não conhecia nenhum dos outros rapazes. Enquanto li o meu livro admirei a forma como os outros rapazes, todos mais velhos, o protegeram. Uns mostraram-lhe truques e passes de bola, outro tratou de lhe cortar o caminho e repreende-lo quando tentou ir buscar a bola que tinha ido parar à estrada.Voltei para casa confiante que deveríamos fazer o mesmo mais vezes.
Foi assim que lhes começamos a dar um pouco mais de liberdade. Sugerimos que fossem ao parque sozinhos e eles foram. Nós ficamos a controlar os dois rapazes da janela e correu tudo bem. As saídas ao parque intensificaram-se e cada vez passam lá mais tempo. Começam a preferir passar tempo na rua a ver televisão e nós até agradecemos. Ficamos à janela ou sentados no sofá a ouvir o ranger do baloiço lá em baixo e é uma sensação muito agradável.