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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Hoje é o nosso dia.

Há treze anos atrás dizíamos sim na igreja à frente da nossa família e amigos. Há dezanove anos atrás trocávamos o primeiro beijo. Nunca, em nenhuma destas alturas pensamos que seriamos capazes de alcançar tanto. Nunca pensamos que teríamos esta família linda que temos. Nunca pensamos que teríamos o amor que temos. 

Se me perguntarem quando soube que ele era o homem certo para mim vou responder que nunca soube e no fundo sempre soube. Nunca soube porque nunca fizemos planos. Éramos duas crianças que se limitavam a viver um dia de cada vez mas no fundo ambos sabíamos que não vivíamos um sem o outro. Sempre soube porque ele nunca me pareceu outra pessoa, sempre senti que ele era parte de mim. Quando ele sofre eu sofro. Quando ele ri eu estou feliz. 

Não sei bem como explicar mas existe uma espécie de ligação entre nós. Aquele tipo de ligação que nos faz terminar as frases do outro. Que nos faz saber o que ele vai dizer antes de sequer abrir a boca. Que nos faz comunicar com um simples olhar.

Se é o homem perfeito? Não, não é o homem perfeito. Tão pouco acredito que haja tal coisa. Todos nós temos defeitos e qualidades e eu estou longe de acreditar que o amor é cego. Contudo é o homem perfeito para mim. Já diz o ditado que existe sempre um testo para cada panela e ele é o meu. Sei todas suas qualidades e defeitos e isso faz-me ama-lo mais.

Só para esclarecer, não somos o casal perfeito. Discutimos, amuamos, fazemos braço de ferro. Quase não temos tempo para nós. Eu chamo-lhe o meu estranho ele trata-me por desconhecida. Apesar de tudo consegue sempre fazer-me sorrir, mesmo quando estou furiosa, e quando olha para mim só vejo amor nos seus olhos.

Hoje a nossa relação celebra mais um ano. Eu olho para ele e não percebo como passaram tantos anos. Parece que ainda foi ontem que nos conhecemos. Os anos passaram a voar e eu só espero que os próximos sejam mais gentis connosco para que possamos aproveitar mais a nossa família.

Temos inquilinos

No sábado o marido comentou que estava um pássaro no pinheiro que não parava de piar. Eu fui espreitar na janela e ouvi não um mas vários piares. Procurei sem sucesso ver de onde vinha o barulho. O pinheiro têm uma copa tão frondosa que não deixa ver o que se passa no alto. O certo é que passei o resto do sábado atenta e o piar volta e meia voltava. Comecei a suspeitar que seria um ninho.

No domingo tive a confirmação. Não vi o ninho porque deve estar muito bem escondido na copa da árvore mas vi os pais que não largam a árvore. Os pequenos pássaros piam imenso quando os pais chegam exigindo comer. Depois os pais partem em busca de mais alimento e faz-se silêncio no ninho. 

Estou tão contente com os nossos novos inquilinos, só me apetece montar guarda ao pinheiro para garantir que nada de mal lhes acontece.

Despedida em familia.

No domingo fizemos um jantar de surpresa para uma prima e para o namorado. Fui surpreendida com a noticia que vai emigrar e a viagem é já este fim-de-semana. Uma das tias resolveu organizar-lhe então um jantar surpresa de despedida. Convidou-a para jantar, quando entraram no restaurante depararam-se com a família, quase toda, à espera. Infelizmente houve pessoas que não conseguiram ir, o marido foi uma delas.

Ficou em casa com os gémeos que estão novamente cheios de pieira. Ele tinha muita vontade mas estávamos com receio que os meninos piorassem.

Jantamos no Grande Mundo no parque das nações. O comer é bom se bem que com pouca escolha. O Guilherme fartou-se de comer gambas fritas, o Leonardo comeu almôndegas com batata frita ( não havia esparguete). Eu provei um pouco de tudo mas fui munida de anti-histamínicos, por causa da alergia à soja.

O jantar correu bem, a prima ficou radiante. Recebeu um pequeno álbum cheio de fotos nossas e respectivas dedicatórias. As crianças fizeram desenhos, fizemos desenhos das mãos dos bebés. O álbum estava tão giro que roubou imensas lágrimas à malta.

Fico triste com a partida da prima. Fico triste porque este pais torna tudo tão difícil que faz com que as pessoas tenham que partir. Fecham-se a porta às pessoas e apenas lhes resta ir bater para outras portas. Depois vêm com estudos que afinal a taxa de emigração não baixo como previam. Claro que não baixou e não acredito que vá baixar tão cedo. As pessoas continuam a partir. Apesar do que o governo diz nós povo não vemos melhoria nenhuma.

Se tudo correr bem, a prima vai ter uma vida melhor. Vai conseguir realizar todos os seus sonhos e ambições. Vai ser feliz e se ela for feliz, todos nós vamos ficar contentes por ela. Porque a família é assim, apenas quer o melhor para nós.