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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Sinto que sou mãe em part time

O despertador tocou e eu senti um corpo ao pé do meu. Sonolenta equacionei se o marido teria adormecido. Contudo depressa percebi que a perna que estava em cima de mim era demasiado pequena. Pensei se seria o Guilherme ou o Leonardo, não têm por hábito ir para a minha cama mas o corpo era demasiado grande para ser um dos gémeos. Devagar voltei-me para ver e foi com surpresa que percebi que era o Salvador. Fiquei ali uns minutos a olhar para ele e a pensar como é que estava tão grande. Parece que ainda ontem era um ser que me cabia entre o pulso e o cotovelo, hoje já quase que me chega ao peito. Cada vez mais sinto que o tempo acelera sem fim e por muito que corra nunca o consigo acompanhar. Cada vez mais tenho a sensação que sou uma mãe em parte time tão pouco é o tempo que tenho com eles. Sei que existem pessoas com ainda menos tempo mas o que tenho não me parece suficiente.

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Resentimento

Neste domingo, tal como em todos os outros, passei a manhã a passar a ferro. Não é uma tarefa de eu desgoste, aliás gosto bastante de o fazer mas ultimamente sinto que me rouba demasiado tempo.

Neste particular domingo estava a passar enquanto o marido e os filhos brincavam todos no quintal. Pela janela vi os rapazes a jogar à bola. Vi os miúdos a fazer corridas de bicicletas e trotinetas. Ouvi as suas gargalhadas. Ouvi as suas conversas. Numa determinada altura deixei de os ver, apenas ouvias as gargalhadas intensas. Fui espreitar e estavam os cinco a saltar no trampolim. Todos de mãos dadas a formar uma roda e a saltar ao mesmo tempo. Como estavam felizes. A mim só me apeteceu largar tudo e correr para me juntar à festa. Depois olhei para o monte de roupa e lembrei-me que ele não se ia passar sozinho.

Resignei-me e voltei ao trabalho mas confesso que o fiz ressentida. Ultimamente sinto que não faço mais nada do que trabalhar. Passo o dia a trabalhar no emprego e depois venho para casa fazer tarefas. Começo cada vez mais a pensar em arranjar alguém para nos ajudar. Não é que não goste de limpar porque é coisa que eu adoro fazer. Não é que não o consigamos fazer porque temos tudo em ordem. É sim pelo tempo que nos rouba. Sempre pensei que ter alguém umas horas por semana era um luxo e que não precisávamos. Neste momento já não acho que seja um luxo mas sim uma necessidade. Quero mais tempo. Mais tempo para brincar com os meus filhos. Mais tempo para os poder ajudar nos estudos. Mais tempo para poder ver filmes com eles. Mais tempo para lhes ler livros.