Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Não servem só para descansar. Aliás desde que fui mãe acho que as férias servem mais para nos cansar do que outra coisa. Contudo apesar do cansaço trazem-nos coisas muito boas. Multiplicam os momentos em família que são demasiado curtos ao longo do ano. Servem para nos aproximarmos mais dos nosso filhos. Servem para reflectir na nossa vida, no que alcançamos, no que realizamos, onde falhamos, o que podemos mudar.
Estas férias que passaram ensinaram-me muita coisa. Percebi o quão crescidos estão os gémeos, o quão bem já se expressão. Vi que os meus bebés desapareceram e deram lugar a pequenos meninos com uma personalidade muito definida. Sabem bem o que querem e não se deixam enganar. Conseguem expressar bem o que querem e quando querem. Imitam os irmãos em tudo e já querem fazer as coisas sozinhos.
Percebi também que o meu Guilherme se está a tornar num rapaz lindo. É um menino com um coração tão grande que me deixa completamente babada. Dá-se bem com tudo e com todos. Adorei vê-lo brincar e trabalhar com crianças de outras nacionalidades. Ele não percebia o que eles diziam, eles não o entendiam a ele mas isso nunca os impediu de brincaram juntos. Mais uma vez as crianças demonstraram-me que só há barreiras se nós as erguermos.
Em relação ao Leonardo percebi que está sedento de atenção. Passou as férias grudado em mim. Queria andar de mão dada comigo, queria sentar ao meu colo, queria brincar comigo, comer sentado ao meu lado, deitar comigo, tomar banho comigo...no fundo foi a minha sombra durante todas as férias. Eu fiquei triste. Percebi que se calhar não lhe tenho dado a atenção que ele quer e merece mas é difícil, os gémeos roubam-me todos os minutos.Percebi que tenho que me esforçar para ter mais tempo para ele porque, embora pareça crescido ainda é muito pequeno. Fiquei a pensar se as birras que faz são mesmo dele ou se serão uma tentativa de chamar a atenção. Não posso afirmar nada porque sempre fez birras mesmo quando era o bebé da casa. Contudo não posso descartar a hipótese de estar a falhar para com ele.
Não sei bem como resolver este problema com o ritmo que levamos diariamente mas sei que tenho que conseguir. Se tiverem ideias ou sugestões agradeço.
É sempre assim. Cada vez que vamos de férias é uma correria danada. Listas intermináveis de coisa para levar, muitas delas que acabam por não fazer falta mas levamos pelo sim e pelo não. Roupa para escolher e colocar nas malas. Procurar as toalhas, acessórios e brinquedos de praia. Sepaarr e escolher caçado para levar. Roupa para seleccionar e colocar nas malas. Atenção que só na roupa perdemos uma eternidade. Temos que levar roupa para o dia a dia mas também temos que colocar alguma coisa para o caso de haver uma noite, ou outra, mais fria. Depois levamos mais duas ou três mudas por cada um, não vá o caso de se sujarem, bem sabem que as crianças pequenas são propicias a isso. Quando chega a hora de colocar tudo nas malas quase que temos que fazer um milagre.
Depois temos o marido a chatear que a bagageira não pode levar muito peso. Bem sei que depois é ele que sofre a tentar colocar tudo na mala em cima do carro mas as coisas fazem falta.
Para além disso temos que organizar tudo de forma a não deixarmos grandes assuntos pendentes no trabalho. Andamos numa correria a tentar despachar tudo. Ao mesmo tempo vamos-nos lembrando de algo que devemos levar e resolvemos escrever uma lista. Saímos do trabalho à pressa para dar banhos, fazer jantar e ainda tentar organizar mais coisas. Lavamos roupa a horas estranhas tudo porque não queremos deixar um cesto cheio de roupa, já nos basta a que vamos trazer da viagem.
Tentamos limpar tudo porque queremos deixar a casa limpa e arrumada. Chegamos a um ponto que percebemos que já fizemos mil coisas mas que temos ainda outras tantas para fazer.
Assim se têm passado os meus dias. A boa noticia é que já só falta amanhã.
Esta foi a pergunta que o marido me fez esta semana e que não me sai da cabeça.
Por um lado estou ansiosa por uns dias de praia, uns dias num hotel sem ter que me ralar com nada. Por outro lado estou em absoluto pânico por não saber se vamos conseguir dar conta do recado.
Sim o ano passado fomos só os dois com os quatro mas os gémeos ainda não andavam e por isso eram facilmente controlados. Este ano deparamos-nos com o problema de eles não pararem quietos. Se o ano passado eu ficava com dois e o marido ficava com outros dois este anos acho que não poderá ser assim. É impossível uma pessoa sozinha dar conta dos dois mais pequenos. Se um começa a correr para um lado e outro para o outro o que fazemos?
Então ficamos cada um com um dos gémeos e quem é que toma conta dos mais velhos? Ainda por cima o Guilherme, desde que sabe nadar, gosta de se aventurar na água.
Pois ainda não consegui bem encontrar a solução para esta equação. Contudo lembrei-me que se pode dar o caso de os gémeos se portarem lindamente na praia. Podem simplesmente ficar sossegados a comer areia como os pequenos gostam de fazer. Podem ter medo da água como os bebés costumam ter e pelo menos sei que não vão correr para dentro de água. Se for esse o caso o problema está um pouco mais próximo da solução.
Confesso que até já fiz uma reserva num hotel no entanto fiz daquelas de cancelamento gratuito porque ainda não sei se vamos ter coragem para esta aventura. Outro problema que nos deparamos é que é difícil arranjar quartos para famílias como a nossa. Quer dizer não é difícil mas os que encontramos não iam de acordo com o que pretendíamos. Por norma aparecem aparthotéis com muitas condições sem refeições incluídas. Ora claro que como estou de férias não faço intenção de cozinhar e esta opção não me parece muito viável. Estão a imaginar entrar num restaurante com quatro crianças e esperar trinta a quarenta minutos para que venha o comer. Ao fim de cinco minutos já estamos a arrancar cabelos ou somo amavelmente convidados a sair.
Por estes motivos queremos um hotel com pensão completa com refeições de buffet. Assim é só chegar escolher e comer. Cada um come o que quer não existe a chatice de não poder comer isto porque vou ter que dividir com os gémeos ou com outra pessoa.
Passei os últimos dias em busca do hotel perfeito e não encontrei. Quando pensava que tinha encontrado um ligava para confirmar se podíamos ficar os seis e recebi sempre a resposta que não, embora o booking me disse-se que sim.
Resolvi então fazer uma reserva num hotel onde já estivemos e que gostamos bastante. Não é um hotel de luxo mas isso a mim não me apoquenta nada porque por norma passamos muito pouco tempo no quarto. O que me interessa é que seja limpo e confortável e a experiencia anterior diz-nos que sim. O inconveniente é que temos que reservar dois quartos. Isso originou mais uma batalha mental sobre o que fazer, as opções são:
pagar o segundo quarto sem o utilizar. Dormirmos todo ao molhe e fé em deus.
Dormir separada do marido. Ele ficar num quarto com dois e eu noutro quarto com dois
Confiar nos mais velhos para dormirem sozinhos no segundo quarto. Combinando um esquema de não abrirem a porta a ninguém nem saírem do quarto sozinhos. Dar-lhe um telemóvel para nos ligarem quando acordarem e só poderem sair do quarto com a nossa autorização
o marido lembrou-se também de levarmos voluntários connosco já que vamos pagar os dois quartos. Contudo não conhecemos ninguém solteiro ou só o casal sem filhos que pudesse ir connosco. Se houver interessados por favor informem.
Também me lembrei que o hotel pode ter alguém que nos ajude com os miúdos. Por vezes têm contactos de serviços e poderia ser que arranja-se uma babysitter. Contudo teríamos o barreira linguística. Sim porque vamos optar novamente pelo sul de Espanha. As praias são mais sossegadas, têm menos pessoas e fica mais fácil vigiar os meninos. No ano passado em Junho a praia da rocha já estava super lotada o que facilita a perda de crianças principalmente quando são várias.
Acabamos por decidir o destino depois de muito procurar em Portugal mas não encontramos nada que fosse de acordo com o que pensamos que precisamos. Não procurei nada no norte porque não aguento a temperatura da água gelada. Sei que temos praias magnificas mas eu sou muito friorenta. Claro que aceito sugestões se alguém tiver porque estamos muito longe de conhecer este pais todo.
Resumindo, porque já me alarguei demais neste post, a questão é estamos preparados para ir de férias com quatro crianças? Estamos preparados para fazer uma viagem de sete horas com quatro miúdos fechados num carro?
Não sei se estamos e não sei alguma vez vamos estar. Vou deixar a reserva feita e em cima da data vamos decidir se vamos ou não. Entretanto vou experimentar levar os gémeos à praia a ver como é que se portam.