Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Ainda não vislumbro a meta

Ontem foi dia de voltar à neurocirurgia após o ciclo de fisioterapia. Eu ia cheia de esperanças. Esperava que o médico visse que a fisioterapia não teve resultado nenhum e me mandasse fazer mais exames.

As opiniões do médico, da fisiatra e da terapeuta são todas diferentes e eu vou ouvindo opiniões quando na verdade só quero soluções. Ontem estava esperançosa de começar uma nova etapa. Fazer mais exames e encontrar a fonte do problema.

Parece parvoíce mas sentia que estava mais perto da meta. 

Fui então à consulta confiante e voltei arrasada. Tudo porque o médico teve uma urgência familiar e não veio dar consultas. A consulta foi adiada mas ainda nem sei para quando. As próximas duas quintas são feriado, ou o médico consegue mudar a agenda e dar consultas noutro dia ou então tenho muito que esperar.

Estou farta de estar em casa. Estou farta de ter dores.

Melhores dias virão é o que mais repito a mim própria. É verdade, melhores dias virão. 

Abandonei o marido

Aconteceu à uns meses atrás mas ainda hoje o marido goza comigo e diz que o abandonei. Eu cansada de me defender vou deixar aqui a história para que não restem duvidas da minha inocência.

Estava uma noite quente de sábado. O marido tinha ido correr. Entrou em casa tomou banho e disse que não lhe apetecia jantar. Em vez disso tirou um gelado do frigorífico e foi sentar-se a comer no sofá. Eu sentei-me ao pé dele, cansada e quando dei por mim estava naquele dorme acorda. Lembro-me de o ouvir dizer que estava mal disposto e um pouco mais tarde acordei rodeada pelo pequenos todos e nada de marido.

Fui à procura dele e encontro-o de rastos na casa de banho. Todo ele suava. Tentava vomitar sem sucesso e nem se aguentava em pé. Sugeri sair dez minutos para comprar uma água das pedras mas ele disse-me logo para não o deixar sozinho. Fui buscar um pouco de azeite para ver se o ajudava a vomitava mas nem se atreveu a beber.

Perguntei-lhe então se tinha comido o quilo de gelado ao que afirmou que sim. O meu cérebro chamou-lhe todos os nomes e mais alguns. Fiquei chateada porque estava assim por culpa dele mas depressa percebi já estava a levar uma lição de vida. Ele estava cada vez pior. Eu estava sozinha com os miúdos e ele. Estávamos numa zona nova onde quase não conhecemos os vizinhos. Os meus pais tinham ido passar o fim de semana fora. Os meus sogros não têm carro e eu decidi não chatear mais ninguém da família. Liguei para a saúde 24 que depois de falar comigo e com o marido nos instruiu que fossemos à urgência.

Consegui arranjar o marido e arrasta-lo para o andar de baixo. Vou chamar os rapazes e deparo-me com o Leonardo a dormir no sofá. Tive que arranjar um novo plano. Deixei o Guilherme em casa com o Leonardo, expliquei-lhe que demoraria pouco tempo e que me ligasse se fosse preciso.

Cheguei à urgência inscrevi o marido que foi logo chamado à triagem. Invadimos a sala de triagem ele, eu e os dois pequenos. Expliquei à enfermeira que ele ia ficar na sala de espera sozinho porque tinha mais duas crianças em casa.

E assim foi. Deixei-o na sala de espera com um maço de guardanapos e uns trocos para me ligar do telefone fixo. Ele mal se aguentava em pé e por isso não arrisquei a deixar-lhe objectos de valor.

Votei para casa e coloquei os miúdos todos na cama afinal já passava da meia noite e estava tudo cansado. Os pequenos dormiram mas eu não conseguia sossegar. Sabia que devia estar no hospital com ele mas também sabia que não podia deixar os rapazes sozinhos embora tenha explicado ao Guilherme que teria que sair para buscar o marido. Fiquei à espera do telefonema dele que nunca mais chegava. Um pouco antes das três da manhã não aguentei mais, achei que já devia estar despachado e resolvi dar um salto ao hospital. Qual o meu espanto quando ao subir a rampa da urgência vejo o marido que estava a sair do edifício. Aparentemente tinha acabado de ter alta, ainda me tentou ligar mas o telefone não fez a chamada e ficou com o dinheiro.

Voltamos a casa e os pequenos estava sossegados a dormir, é o bom de se viver a cinco minutos do hospital.

Portanto aqui fica a história do dia em que eu não abandonei o marido apenas o deixei por umas horas.

P.S: depois disto passou o resto do ano quase sem comer gelados

Outra vez doentes...

Os meus bebes estão outra vez doente. Os sintomas começaram na terça-feira à noite apenas umas horas depois de terem levado a vacina Bexsero. Primeiro pensei que seriam sintomas da toma da vacina mas a verdade é que se assim fosso já teria passado. Tem tanta tosse, principalmente o Salvador. Passei as  ultimas três noites as voltas com ele. Adormeço-o no colo mas assim que o deito fica com o nariz obstruído e começa logo a chorar. Resultado dores nas costas e nos braços de tentar dormir com ele ao colo. Digo tentar porque assim que adormeço ele mexe-se ou geme e eu acordo ,levanto-me, abanou-o um bocado até adormecer, fecho os olhos durante mais alguns minutos. Passamos assim a noite os dois e vá lá que o Santiago ainda não está muito mal e consegue dormir.

Sinto-me tão impotente pois não há muito que possa fazer, coloco-lhes soro no nariz, faço massagens para ver se a expectoração sai mas nada resulta. Entretanto estão a começar com a pieira pelo que hoje ou manhã já devemos iniciar novo ciclo de Ventilan.

Sinto-me cansada em parte devido à falta de descanso mas principalmente porque eles estão sempre na mesma. Nos mães vivemos em função deles, quando um não está bem nós também não estamos. O marido oferece-se para ficar com eles e manda-me descansar mas não o consigo fazer. Eles só me querem a mim, só sossegam comigo. Ás vezes o pai, coitado, anda de um lado para o outro mas eles não se calam então eu pego neles e adormecem logo. Não é por falta de jeito do pai porque, quando eles estão bem, é quase sempre ele que os adormece mas a doença muda tudo.

A mim resta-me ter paciência e esperar que eles melhorem. Até lá vou-lhes dando muito colinho e miminhos para ver se ajuda à convalescença. Eu vou continuando com sono e cheia de dores no corpo ( doem os braços de passar a noite a segurar neles, doem as pernas por andar em pe quase a noite toda, doem as costas...). Quando isto terminar acho que tenho direito a umas massagens, de preferencia aquelas com pedras quentes.