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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

O dinheiro não compra o amor

Olho à volta e vejo uma sociedade com que não me identifico. Uma sociedade em que as pessoas vivem em competição constante. Em que se mede o grau de satisfação pessoal através do recibo de ordenado. Em que a posição social se baseia na carreira profissional. Pessoas que não se importam de pisar outras só para subir na vida. Pessoas que se auto promovem a denegrir outros. Pessoas que, desculpem a expressão, são uns lambe botas e que devido a isso vão subindo apesar de não fazerem nada.

Eu olho e sinto-me desenquadrada. Não tenho grande ambição, nem grandes planos futuros. Isto no que diz respeito o trabalho, claro. A única coisa que quero é ter o suficiente para viver, não preciso de mais. Sei que o dinheiro não me vai trazer felicidade. Sei que o dinheiro não vai compensar os meus filhos pela minha ausência. Sei que o dinheiro não vai fazer com que o meu marido me ame mais. No fundo a única coisa que ambiciono é ter mais tempo para os meus.

Olho para os meus filhos e penso nos valores que lhes quero ensinar. Ensino-lhes que todas as pessoas são igualmente importantes e que todas devem ser respeitadas. Para mim a verdade é mesmo essa, todos somos iguais. Desde a pessoa que varre a rua até ao médico todos desempenham papeis importante na sociedade. Afinal o cirurgião só consegue fazer aquela cirurgia fantástica porque alguém lhe deixou o bloco e os instrumentos devidamente esterilizados e prontos a trabalhar. O arquitecto só é capaz de olhar para o seu projecto concluído porque pessoas acartaram baldes de massa, levantaram paredes e tectos.

Acho que eram bom muitas pessoas lembrarem-se destas coisas quando olham para os outros com um ar superior. As pessoas deviam recordar-se que não conseguem fazer o que quer que seja sem ajuda de terceiros. A ajuda pode ser indirecta, podemos nem dar por ela mas a verdade é que ela existe.

No meu caso vou continuar a agradecer o que tenho e tentar passar este valores para os meus rapazes. Espero que um dia eles percebam que o amor e respeito não se compram com dinheiro. 

Acho que vou trabalhar para o meu filho.

Estava a queixar-me aos rapazes do facto de nunca se despacharem de manhã o que me faz ter que andar a correr para chegar ao trabalho a uma horas aceitáveis.

- Era tão bom que não tivesses de trabalhar!- exclama o Guilherme

- Era bom? E depois como é que tínhamos dinheiro para comer?

- Era bom se pudesses ficar em casa e ganhasses 20€ por hora. Não era mãe?

- Isso era bom Guilherme.

- 20€ vezes 24 horas… 480€. 480€ por dia!!! Ficávamos ricos num instante.