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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Assim não dá!

Dizem-nos que devemos colocar as crianças em actividades de forma a libertarem a imensa energia que tem. Dizem-nos que as crianças virão exaustas da modalidade o que garantirá noites tranquilas. Dizem também que ajuda à concentração, que as regras das actividades lhes fazem bem e que o desporto trás saúde.

Só coisas boas não é? O problema é que não é bem assim.

Primeiro falemos dos valores que nos são cobrados para que os nosso filhos possam praticar desporto, sim porque agora tudo se paga. Querem actividades, toca a abrir os cordões à bolsa. Temos mensalidades, cotas de sócios, roupa apropriada, calcado próprio… tudo para cima de um balúrdio.

Depois temos o facto de as crianças regressarem eufóricas de tanta corrida, ou divertimento. As únicas pessoas que chegam exaustas a casa são os pais, por causa da ginástica que fazem para deixar os filhos a horas nos compromissos e das secas que apanham a vê-los praticar o desporto escolhido. O pai entra em casa e já só se quer sentar no sofá enquanto que os filho já vêm a perguntar pelo jantar.

Sim porque ninguém nos avisa que colocar um rapaz a jogar à bola é a mesma coisa que começar a alimentar uma equipa inteira. Um sai da piscina a perguntar se falta muito para jantar. O outro sai da bola a questionar se o comer já está pronto. Entram em casa e só se queixam que estão famintos. Sentam-se a mesa a salivar e engolem o comer sem mastigar. Mas o pior de tudo cá em casa é o facto de os gémeos terem começado a jantar duas vezes tudo graças às actividades dos irmãos. Por volta das dezanove horas já não se calam com fome pelo que lhes damos o jantar. Os irmãos chegam pouco depois das vinte e os pequenos resolvem que afinal ainda têm fome. Sentam-se de novo na mesa e comem tanto ou mais do que comeram à uma hora atrás.

Verdade seja dita, assim não dá. Não há orçamento que resista a quatro rapazes a comer.