Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Antes de mais quero pedir desculpa porque estou a escrever o post totalmente fora da data limite. Os últimos dias não tem sido fáceis mas não apenas por más noticias. Alcançamos até um grande objectivo pessoal mas falo sobre isso num próximos posto.
Como já referi não cumpri a data mas ainda assim quis cumprir aquilo a que comprometi.
Foi pedido para escrever o nosso elogio fúnebre. Não sei bem o que se passa com a passarada, se calhar estão com medo do COVID 19 e assim a malta já sabe o que dizer no seu funeral.
Eu não posso escrever sobre o que quero que seja dito porque não quero palavras nesse dia. Não preciso, nem quero que vão chorar por mim. Nem tão pouco que vão dizer coisas bonitas que, muitas vezes, nem são sentidas. Sabem bem do que me refiro, uma pessoa é um demónio em vida mas quando morre vai tudo dizer que tinha um coração maravilhoso.
Não. Não quero nada disso. Vou já avisar que não quero flores, é um grande desperdício de dinheiro, já sabem como sou forreta. O caixão é o mais barato e de preferência tratem de me cremar para depois não gastarem mais euros comigo. Inicialmente disse para doarem o meu corpo à ciência e assim pouparem o funeral, mas descobri que após utilizarem o corpo o devolvem à família. Considero imensamente rude usarem uma pessoa e nem pagarem o enterro. Também já dei instruções ao marido que se puder se desfasa do corpo, vale tudo para poupar uns trocos.
A verdade é que não quero saber. Quando partir parti. Fica cá um corpo, apenas um corpo. Fiquem com as memórias, como os bons e maus tempos que partilhamos. Com o carinho que trocamos. Guardem isso dentro de vós porque mais ninguém precisa de o saber.
Deixei de ver noticias! Sei que parece um autêntico disparate mas não consigo mais ouvir falar mais em Corona. Os repórter tentam por todo o meio convencer as pessoas que estamos perante um vírus altamente mortal. Estão a fazer o papel deles afinal quanto mais as pessoas estiverem em pânico maior será o numero de noticias que vão consumir. São as audiências televisivas a subir, as vendas de jornais a crescer e as consultas online a disparar.
Eu cá não sou muito pessimista pelo que não estou muito preocupada com o assunto. Pelo dados que fui apanhando o vírus não é assim tão mortífero e se for logo se vê. Nunca fui de sofrer por antecipação.
Se nos tocar é mais um que se junta a coleção já bastante extensa. Ainda agora nos despedimos de um que se alojou numa anca de um dos gémeos. Na verdade já são visitas frequentes da casa, de tal forma que já estranhamos quando estamos sozinhos. Por vezes, nem sei para que vamos ao médico já que a resposta é sempre um Vírus.
Depois deste virá outro e mais outro. Tem sido assim desde que me lembro e provavelmente será assim até que algum me leve. Por isso vou aproveitar a vida hoje que o amanhã ainda vem longe
P.S. :Não tenho a despensa cheia, nem mascaras, muito menos desinfetantes e álcool só se for nalguma garrafa de vinho. Para além disso tenho uma viagem marcada para breve. Eu e a minha mania de ser do contra 😊
Hoje é um dia especial. Não sei o que aconteceu mas tudo corre bem. Não tenho que me apressar para ir deixar os rapazes na escola e seguir para o trabalho. Não tenho que limpar a casa. O cesto da roupa suja está vazio, o que é coisa inédita cá em casa.
Os rapazes nem parecem eles. Dormiram, pela primeira vez na vida, até as dez da manhã. Acordaram bem dispostos e ainda não houve dramas. Estão mais silênciosos que o habitual e fazem tudo o que lhes digo à primeira.
Comecei um livro e não fui interrompida nem uma vez. O marido disse que hoje tratava do almoço e eu agradeci. Fiquei pelo cadeirão até ouvir que o comer estava pronto.
Os rapazes ajudaram o pai a colocar a mesa. Conversaram sobre os últimos dias sem falarem uns por cima dos outros.
Depois de almoço saíram todos para a rua. Eu troquei o cadeirão pela cama de rede, continuei a leitura até cair no sono. Acordei com o rebuliço dos meus homens a entrarem em casa.
Vinham suados e felizes da brincadeira. Não foi preciso dizer nada. Seguiram ordeiramente para o banho sem discutirem a ordem do uso do mesmo.
O jantar foi preparado em conjunto. As malas da escola foram preparadas para o dia seguinte e a roupa escolhida.
Na hora de dormir fui surpreendida com quatro rapazes deitados em silêncio. Nada de confusão, nada de birras, nem implicâncias.
Eu desfrutei ao máximo desta harmonia tão pouco usual mas tão benéfica. Aproveitei bem porque sabia que era sol de pouca dura.
O desafio desta semana consiste na criação de um manual para iniciar relacionamentos. Apesar de ter uma relação de vários anos não sei bem o que partilhar neste manual. Talvez porque os relacionamentos não são todos iguais, afinal se nós somos todos diferentes não nos podemos relacionar da mesma forma. O que resulta para uns não funciona para os outros. Se uns acham que a relação sobrevive com muitos passeios e passeatas, outos defendem que é melhor passarem tempo a sós no sossego da casa. Existe quem diga que o não ter preocupações monetárias ajuda o relacionamentos enquanto outros defendem que as adversidades unem o casal. As opiniões sobres os filhos, sobre gostos semelhantes ou diferentes, regimes alimentares e religião também não são uniformes.
Assim sendo resolvi deixar a minha opinião pessoal. Não vou partilhar convosco a receita infalível apenas noções básicas que podem ajudar.
O ponto principal numa relação é respeito mutuo. Respeitar e ser respeitado é meio caminho andado para um bom entendimento.
Não pode existir violência de forma alguma. Nem física, nem psicológica. Caso isto aconteça a relação está condenada ao fracasso.
Não abdicar de sonhos ou gostos pelo companheiro.
Nunca pedir ao companheiro para alterar os seus sonhos ou gostos.
Aceitar as diferenças e abraçar as igualdades.
Aceitar discordar e negociar até os mais pequenos pormenores de uma vida conjunta.
Trabalhar no relacionamento e nunca deixar o amor esmorecer
Terem tempo para passarem juntos e tempo para cada um. O tempo pessoal é muito importante e muitas vezes esquecido.
Trabalharem em conjunto e não um contra o outro.
Poderia falar muito mais coisas mas considero que os pontos principais são estes.
P. S. :Publiquei o texto na sexta-feira mas algo correu mal, ele evaporou e só hoje, terça-feira, percebi que não foi publicado 🙄
- Mãe vou receitar uma vacina bebível a ver se o seu bebé deixa de estar sempre doente.
- Obrigada doutora.
Uns dias mais tarde o bebé adoeceu de novo e foi levado à urgência. A mãe explicou o agravamento dos sintomas e recebeu a seguinte resposta.
- Mas quem é que lhe receitou este medicamento.
- A médica de família.
- E a mãe deu a medicação sem questionar. Vai parar já a medicação. Vou receitar antibiótico e um spray para o nariz. Dentro de dias já estará bom.
O bebé ficou melhor mas tornou a piorar assim que terminou o antibiótico. A mãe resolveu consultar um otorrino.
- Quem é que lhe prescreveu este spray?
- Uma médica na urgência.
- Este tipo de spray empurra o ranho directamente para os ouvidos e origina as otites. Coloque soro, muito soro. Entretanto vou encaminhar o menino para a alergologia porque já são muitas crises.
- Obrigada Doutor.
Dias depois vão à dita consulta. Depois de fazer o histórico a médica diz.
- Gostava de experimentar uma vacina bebível chamada X. Mãe orque está a olhar para mim com um ar tão escandalizado.
- É que eu já comecei a dar esse medicamento ao meu filho.
-E então?
- Ele ficou doente e eu tive que o trazer à urgência. A doutora que nos atendeu disse que nunca deveria ter dado essa medicação.
- A minha colega disse isso? Fico espantada com os diagnóstico dos meus colegas. Vou receitar um tratamento para a alergia e um spray.
A mãe saiu do consultório incrédula. É que isso de médicos, nunca fiando.
É o primeiro texto deste novo desafio e eu não consegui cumprir o horário. Bem sei que a hora de publicação será as 15 horas mas apenas porque o sistema permite essa manipulação. Assim confesso que não consegui cumprir o prometido de publicar um texto com que tema? Nem calculam vocês!
"Acho que a coisa não vai correr bem"
Ora vejam lá o quanto é irónico que o texto seja um espelho do meu estado actual.
Imenso fluxo no emprego, preparativos para o lançamento do meu livro, tentativas de manter o Blog actualizado, cumprir o desafio dos pássaros, um leva e trás de rapazes à escola, febres, tosses e vomitos nos últimos dias.
Claro que a coisa não vai correr bem. Antevejo tempos conturbados e só espero que passem depressa.
Até lá vou tentar ser mais pontual e cumprir os prazos. Juro que começo já hoje a escrever o próximo e que vou tentar visitar os companheiros desta aventura.
Luz e sombra é o tema desta semana e não podia ser mais apropriado.
Escrevo o último texto deste desafio com muito orgulho. Orgulho de termos conseguido. De termos feito textos fantásticos. Da interacção que fizemos despoletar.
Sou invadida por uma luz ao ver a meta final.
Mas a luz é logo ofuscada por uma sombra que se avista ao fundo. Uma sombra de quem pensa e agora? O que é que eu faço à sexta-feira até à próxima edição? Será que o grupo será o mesmo? Sangue novo? Seremos capazes de manter o espírito, a união, a cumplicidade.
Ainda não entendi o que é para fazer. Passamos os dias a ansiar pela maioridade depois quando a alcançamos não percebemos nada. Trabalhamos de sol a sol para receber um ordenado que se gasta muito mais depressa do que se ganha. Procuramos um companheiro de vida embora as estatísticas do divórcio assuntem qualquer um. Tentamos ser bons para os outros mas se formos demasiado bons depressa seremos espezinhados por alguém. Resolvemos ser pais e nunca mais voltamos a ter uma boa noite de sono na vida.
No fundo a vida adulta assemelhasse a nadar em mar aberto, estamos constantemente a lutar para não nos afundarmos.
Eu ainda não percebi o sentido da coisa. Devemos continuar neste caminho que todos seguem igual a um rebanho de ovelhas. Ou se devemos mandar tudo ao ar e fazer algo diferente.
Não sei ao certo o que devemos fazer nesta vida adulta e penso que grande parte partilha a mesma duvida que eu.
Se sairmos à rua e questionarmos as pessoas estou certa que todos diriam coisas diferente. Todas certas e todas erradas, depende do ponto de vista.
- António Silva, prazer. - disse enquanto apertei o casco da rena
- Então o senhor que está aqui para a entrevista?
- Sim, claro que sim. Tenho feito vários trabalhos como figurante de Pai Natal. Penso que estou apto para assumir o lugar.
- Vamos ver... Vejo que tem um currículo bastante extenso.
- Tenho muita experiência.
- Mas não é bem a mesma coisa. Convenhamos que brincar ao Pai Natal não é o mesmo que o ser. Por exemplo já há pensou que terá que viver na Lapónia o ano inteiro?
- O ano inteiro?
- Claro que sim.
- Bem lá terá que ser. Espero que a casa tenha aquecimento porque aquilo parece frio como tudo.
- Ainda bem entrou e já está com exigências?
- Não são bem exigências... Só que não quero passar frio.
- O Pai Natal está connosco à vários anos e nunca se queixou.
- Se serve para ele serve para mim.
- Reparei que tem algum peso.
- Claro, onde já se viu um Pai Natal sem barriga.
- Por acaso estávamos a pensar revolucionar a imagem. As preocupações com a saúde e uma alimentação saudável estão a crescer e queremos tirar partido delas. A última coisa que queremos é ser acusados de influenciar as crianças a terem excesso de peso. Para além de que o prémio do seguro é inflacionado pelo número da balança.
- Então quer que eu perca tempo?
- E já agora calculo que não tenha problemas em trabalhar com animais e criaturas místicas. A última coisa que precisamos é daqueles activista dos direitos animais atrás de nós. Também tem que ser ecologista para não chatear a Greta..
- Sabe que mais? Esqueça lá isso. Deveriam estar interessados em tornar o Natal especial para as crianças e não em ecologista, activistas... Obrigada mas assim não quero o lugar.