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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Quase aceitei a derrota

Estes últimos meses não foram muito fáceis. Eu sinto-me física e emocionalmente cansada mas felizmente começo a ver resultados por todo o esforço que fizemos.

Tudo começou com a entrada do novo ano lectivo. Durante os primeiros dias parecia estar tudo bem mas depressa percebemos que afinal não era bem assim. A directora do Guilherme ligou-me para me alertar que ele não estava a acompanhar e todos os professores estavam preocupados com ele. Não fazia alguns trabalhos, não copiava todos os exercícios e exemplos do quadro. Não demonstrava o mínimo interesse na escola e distraia-se com tudo. Resolvemos conversar com o rapaz afinal tudo aquilo era novidade e ele tinha que entrar no ritmo. A caderneta passou a vir cheia de recados porque não levava o material que lhe tinha sido indicado na ultima aula, porque não tinha feito os trabalhos, porque nem tentava resolver os exercícios na aula, porque passava a aula a olhar pela janela...

Cada vez que vinha um novo recado o marido referia que tínhamos que aceitar que estava a ser demais para ele e avançar para a medicação. Eu dizia vamos ver enquanto o meu coração dizia que não mas a meu cérebro concordava com o marido.

Entretanto a directora de turma ligou-me para me alertar para o facto de o rapaz passar os intervalos a jogar no telemóvel e até já ter tentado jogar nas aulas. Este telefonema foi a gota final e resolvemos que a brincadeira tinha acabado. Não lhe podíamos tirar o telemóvel porque já tinha acontecido ele apanhar o autocarro errado e termos que ir à procura dele ( este foi um susto que nem vale a pena falar). Na altura tinha um smartphone porque era o único que tínhamos em casa a funcionar, tinha sido meu e agora estava arrumado para alguma situação. Trocamos este por uma daquelas opções básicas que só dá para fazer chamadas. Para além disso passamos a ser mais exigentes e aplicar castigos.

Explicamos-lhe que existem coisas que são da responsabilidade dele. Eu não sei que material é que o professor pediu na aula e se ele não o leva ficar fica de castigo. Disponibilizamos-nos para o ajudar sempre que necessário mas no fundo o ultimo passo teria que ser dele.

Passei os últimos dois meses em cima dele. Nunca pensei que conseguisse ser tão dura. Por vezes até o marido que dizia que eu era uma coração mole me diz para ser mais branda mas ainda não consegui.

Estudamos muito, explicamos ainda mais. Ensinamos-lhe técnicas para estudar. Mostramos-lhe onde e como procurar informação para fazer os trabalhos de casa. Os primeiros testes vieram e foram um surpresa,não foram óptimos mas foram positivas. Agora veio a segunda ronda e foram ainda um pouco melhor que os primeiros. Finalmente consigo respirar de alivio e abrandar. O rapaz chega todo contente com as suas notas. Eu limito-me a dizer-lhe que quando se aplica tudo é mais fácil. Ele concorda comigo e diz que quando está com atenção nas aulas aprende e não tem que estudar tanto.

Espero que finalmente tenha encarreirado porque estou cansada de ter que ser tão rígida com ele. A disciplina é importante mas também acredito nas recompensas e acho que o rapaz merece umas recompensas.

Orgulho de mãe

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O meu coração transborda de orgulho por este meu rapaz finalista. Nem acredito que conseguimos. Remamos contra marés intensas debaixo de tempestades. Lutamos uma batalha que muitos pensavam estar perdida desde o inicio. Eramos o David e o adversário o Golias. Foi difícil. Muito choro e sensação de impotência. Muitas incertezas sobre se estávamos a fazer o caminho certo. Muitas duvidas sobre se estávamos a ser bons pais nesta decisão de contrariar os médicos.

No fim da tempestade veio a bonança e consigo ver um  céu azul. Vejo o meu rapaz finalista com uma média de bons e zero medicamentos. Fico babada com o feito que ele alcançou e sonho com o que poderá ainda alcançar. Sei que esta tempestade passou mas as próximas serão ainda maiores. O estudo vai complicar e não espero que seja fácil acompanhar mas cá estaremos para o ajudar a lutar.