Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Na visita a Monsanto o Guilherme mostrou interesse por tudo. Parava para ler todas as placas. Explorava todos os recantos.
Algures leu o nome de uma rainha e começou a descrever tudo o que sabia sobre ela. Eu e o pai ficámos de boca aberta para o conhecimento que tem dentro dele. O pai questionou:
- Se sabes isso tudo porque é que não tens melhores notas nos testes?
- A escola é aborrecida. Ficamos fechados numa sala a ouvir o professor falar. Isto é muito melhor. Podemos aprender enquanto vemos as coisas que fizeram.
Não deixa de ser verdade. Quando estudava tínhamos imensas visitas de estudo. Fui a certos monumentos mais de uma vez. Lembro-me que adorava ver aquelas construções históricas. Hoje em dia os meus filhos têm uma visita por ano e poucos foram os monumentos que visitaram. Por norma as visitas são ao badoca, à kidzania.
Cada vez mais discordo com o rumo do nosso sistema de ensino. Não podemos ter crianças fechadas entre quatro paredes a ouvir monólogos. Temos que as inspirar mas para isso quem insinua tem que estar inspirado. Infelizmente a falta de estabilidade e todos os outros problemas que os professores enfrentam influenciam os nossos filhos. No fundo, o que deveríamos estar a fazer é dar asas às nossas crianças para que aprendam a voar.
Nós cá vamos continuar a fazer os possíveis para os levar à conhecer o máximo da nossa história, geografia, cultura, costumes, gastronomia...
Tudo começou quando fui à Alemanha e o marido teve que levar o Guilherme à consulta de desenvolvimento. Ainda não tinha entrado no voo já o marido me dizia que a médica tinha passado um medicamento para ele experimentar. Eu questionei imediatamente se o dito medicamento era Ritalina porque a minha resposta continuava a ser não. Na receita apenas vinha mencionado o composto químico pelo que o marido não me soube negar ou confirmar. Acordamos que quando eu voltasse da viagem iríamos conversar e analisar o que fazer.
Claro que não consegui esquecer o assunto e foi mais uma preocupação durante os dias que estive fora. Assim que voltei a casa quis ver a receita e o marido confirmou que já tinha visto e era de facto a Ritalina. Eu disse logo imediatamente que não. Que a minha ideia não tinha mudado e que nunca o meu filho ia tomar tal substância. O marido apenas me disse para falar com o Guilherme antes de tomar uma decisão.
Sentei-me a conversar com o rapaz e fiquei de coração nas mãos. Percebi que o meu filho se sente diferente dos outro e que isso o entristece. Disse-me que o seu cérebro tem vida própria, que ele quer estar com atenção mas a sua cabeça não para. Vi nele uma tristeza total por se esforçar mais que todos os seus colegas sem qualquer resultado. Pediu-me para o deixar tomar a medicação talvez iludido que um simples comprimido o fará ser uma pessoa nova.
Eu sai do quarto arrasada porque nunca tinha percebido o quanto ele se sentia impotente. O marido explicou-me que a médica lhe tinha dito que se ele sem ajuda conseguia ter umas notas assim assim, com alguma ajuda poderia ser muito melhor. Que a médica lhe perguntou se já tínhamos pensado que na nossa aversão à medicação poderíamos estar a privar o nosso filho de uma vida melhor.
Ouvir tudo isto foi pior do que levar uma tareia. De repente deixei de acreditar nas minhas crenças e passei a duvidar tudo.
É verdade que não preciso que o meu filho tenha notas óptimas mas nunca tinha pensado no que ele precisa. Não quero de forma alguma que um dia mais tarde pense que poderia ter entrado para a faculdade mas como os pais lhe recusaram a medicação não teve notas para tal. Não quero que sinta que nós nunca o apoiamos. Não quero cavar um fosso entre nós.
Bem sei que é demasiado novo para saber o que quer mas tem que ter alguma opinião na sua própria vida. Já lá vai o tempo em que tal não acontecia.
Como já disse senti-me triste e encurralada. Senti-me entre a espada e a parede sem saber que decisão deveríamos tomar. Sempre quis o melhor para o meus filhos mas e se o que eu pensava ser o melhor afinal era o pior? Passei noites em claro na esperança de saber o que decidir. Por fim fui à farmácia e aviei a receita.
Depois de aviado o remédio teve dias em casa por abrir. Cada vez que olhava para ele não conseguia perceber se estava a envenenar ou a ajudar o meu filho. Li as contra indicações com as lágrimas a correr pela cara. Cada uma pior que a outra e o meu coração de mãe apertadinho. Por fim dei-lhe o primeiro comprimido e passei o dia numa ânsia a questionar-me se estaria bem. Dei-lhe o segundo e ele continuou igual. O terceiro, o quarto e entramos na rotina.
Nada disso significa que estou confiante na decisão que tomei. Nada disso significa que não me continue a questionar todos os dias. Esta decisão mexeu muito comigo. Fiquei deprimida, revoltada, zangada com o mundo. Tudo o que eu sempre quis é que os meus filhos sejam felizes, nunca ninguém me disse que seria tão difícil chegar a essa felicidade. Vivia iludida que o amor resolvia tudo mas afinal não chega.
Durante os últimos meses estive apática sem vontade de nada. Até escrever no blog se mostrou um sacrifício. Tudo o que queria era ficar quieta até a dor passar. Enfiei-me num buraco e não está fácil sair dele. Aos poucos vou conseguindo deixar a tristeza para trás. O rapaz continua a tomar a medicação e não noto diferença nenhuma. Decidimos continuar com a medicação até ao final do período, depois vamos analisar os resultados e decidir se paramos ou continuamos no próximo. Vamos debater e discutir em família porque afinal é uma decisão que nos afecta a todos.
Eu cá vou continuando a tentar deixar para trás esta sensação de ter falhado como mãe.
Por aqui o ano escolar tem inicio hoje. Os rapazes já saíram e não pude deixar de notar as diferenças entre eles.
O Leonardo estava animado e até ansioso pela hora de sair. Foi o primeiro a acordar e a ficar pronto. Tagarelava animado sobre rever os amigos, as funcionárias e a professora. Noto que está sedento de aprender, no fundo é uma criança que precisa de estimulo diário e demonstrava já um certo cansaço desta monotonia de férias.
O Guilherme, por sua vez, também acordou satisfeito e ficou pronto num instante. Apesar desta proatividade notei nele um certo "vamos lá que tem que ser". No fundo encara sempre a escola como uma obrigação e não um sitio que lhe abre a porta a todo um mundo.
São posturas diferentes que, cada vez mais, me fazem mais acreditar que o ensino deveria ser mais dinâmico. A verdade é que todos os alunos são seres com personalidades e capacidades diferentes e todos sabemos que não existem duas pessoas iguais. Eu tenho o maior exemplo disso nos gémeos. Iguais, o mesmo ADN, educados da mesma forma, sujeitos ao mesmo ambiente e cultura e não poderiam ser mais diferentes. Ora se todas as crianças são diferentes como podem esperar que todas aprendam da mesma forma? Como pode um professor chegar de igual forma a vinte e muitos alunos que estão dentro da mesma sala? Não sei a resposta a estas perguntas e duvido que alguém as saiba mas gostava de ver algumas coisas mudarem. Gostava para que as crianças que não conseguem ter boas notas não se sintam inferiores aos colegas. Gostava porque já é tempo de aprender que diferente não significa mau, apenas significa outras capacidades.
Como mãe só me resta olhar para o novo ano lectivo com ansiedade, sem saber bem o que nos vai trazer mas sabendo que o que quer que seja não nos vai derrubar sem luta. Vamos levar um dia de cada vez e tentar apoiar os rapazes o melhor possível. Por agora resta-me esperar que regressem a casa e me contem tudo sobre o primeiro dia.
Primeiro teste do quinto ano do Guilherme. Muito estudo, poucas certezas. Eu estou ansiosa, tão ansiosa que até estava capaz de roer as unhas. O pior é que este nervosismo não vai passar tão cedo. Vai abrandar ou não quando ele me disser como correu mas só vai passar quando vir a nota.
Só espero que o rapaz não se deixe levar pelos nervos e que o professor seja rápido a corrigir.
Eu sei que estou a exagerar por causa de um teste mas vejo o rapaz muito aluado e o marido já diz que se calhar este ano temos que avançar para a medicação. Eu cá só quero que o meu Gui prove mais uma vez que consegue.
Ontem foi dia de consulta de desenvolvimento do Guilherme. Foi uma consulta rápida porque neste momento ainda estamos numa fase de habituação há escola. O Guilherme está completamente integrado na escola, quer com os professores quer com os colegas. Contudo os resultados das fichas intercalares não foram os melhores. Estávamos habituados a que tivesse bons e muito bons e desta vez ficou-se pelo satisfaz. Confesso que fiquei preocupada e falei com a professora que me descansou dizendo que os resultados das fichas não coincidem com o que ele sabe e com o seu desempenho na sala de aulas. A professora disse-me que lhe deveríamos dar tempo para se adaptar e que falávamos novamente após os testes do final de período.
Mesmo depois desta conversa não fiquei descansada e ontem referi à médica as notas que ele tinha tido. Primeiro a médica perguntou-me se a escola era mais rigorosa ao que eu respondi que pensava que não. Claro que fiquei a pensar sobre o assunto e se calhar até é um pouco mais rigorosa, pelo menos a nível dos trabalhos de casa trás o dobro do que trazia o ano passado. Mas mais rigorosa ou não sei que ele é uma criança capaz de atingir outro tipo de notas.
Depois a médica disse-me que já deveríamos estar à espera que as notas começassem a descer. Eu expliquei que ele sabe as coisas mas faz tudo a correr e de cabeça no ar. Muitas são as vezes em que a pergunta é o que é o X e ele responde o que é o Z. Mais uma vez, a doutora explicou-me que tudo isso são sintomas do défice de atenção. Ele começa a ler a pergunta mas farta-se e deita-se a adivinhar o fim da mesma. Explicaram-me também que este tipo de problemas são muito mais difíceis de detectar do que por exemplo a hiperactividade. Porquê? Uma criança hiperactiva, por norma, perturba a sala, logo o professor queixa-se muito mais cedo da dita criança. No nosso caso a hiperactividade está superada ou pelo menos muito reduzida, o que faz com que ele se porte bem na sala.O único sintoma é, por vezes, estar desatento o que os professores não estranham porque é normal numa criança.
A médica disse-me, mais uma vez, que deveríamos passar para a medicação. A tão famosa medicação da qual andamos a fugir à quatro anos.
Saímos da consulta com nova marcação para Janeiro. Em Janeiro reavaliaremos a situação, consoante foram os resultados dos conners e dos testes, decidiremos se começamos ou não a medicação. Nem perguntei em que é que consistirá a mesma. Se calhar deveria ter perguntado de forma a poder pesquisar os seus efeitos mas acho que ainda estou em fase de negação.
A verdade é que não quero medicar o meu filho e vimos a lutar contra este sistema à vários anos. Mas também é verdade que quero o melhor para ele e o melhor para ele não será ter um bom aproveitamento escolar? Como é que vai ser um adulto de sucesso se não tiver estudos? Como é que vai progredir nos estudos se não aprender agora bem as bases?
Devo dizer que estou muito confusa sobre o assunto. Já pensei em coloca-lo num centro de estudos para o ajudarem a subir os resultados. Eu e o marido falamos em coloca-lo lá umas horas ao sábado, único dia em que o menino tem disponibilidade, mas depois perguntámos-nos quando é que ele vai ter tempo para brincar? Entre escola, piscina, musica e explicações quando terá tempo para ser criança?
Acho que vou ter que deixar de pensar sobre o assunto e simplesmente deixar o tempo seguir o seu rumo. Vou tentar ajudá-lo mais, vou tentar prepará-lo melhor para os testes que se avizinham e, quem sabe, talvez consigamos subir as notas. Fiquem a torcer por nós.
No outro dia parei o carro à porta do café e disse ao Guilherme que fosse comprar pão. Viu entrar no estabelecimento e esperei ansiosa, saiu passado um minuto e pensei que não tinha conseguido. Contudo olhei para ele e vi que trazia um saco de papel, entrou no carro, entregou-me o pão e o troco e eu fiquei eufórica. Assim que cheguei a casa corri a contar ao pai que ficou igualmente feliz. Vocês perguntam tanta excitação porque? E eu passo a explicar.
Resolvi falar-vos um pouco sobre o meu Guilherme que é a criança mais carinhosa do mundo. Foi um bebé calmo e fácil de criar, até aos 2 anos e meio nunca notei nenhum problema com o menino. Por volta desta altura comecei a estranha o menino não falar, questionei a médica que me disse para não me preocupar porque ainda não era tarde. Passaram-se mais uns tempos e o Guilherme nada de falar, fui à consulta dos 3 anos e tornei a referir à medica as minhas preocupações. Mais uma vez a médica desvalorizou a situação,perguntou-me se quando o chamava ele não vinha. Eu respondi que sim mas bati o pé pois não me parecia normal que ele não dissesse nada. Fomos então encaminhados para o Otorrino, a Drª que nos atendeu perguntou-me o que me preocupava. Eu referi que o Guilherme comunicava por sons e que não dizia nada de nada, nem mãe, nem pai, nem água...
Fizeram então exames ao menino e diagnosticaram-lhe otites cerosas. Foi-me explicado que este tipo de problema causa muita confusão na cabeça da criança porque a criança tão depressa ouve como de seguida não ouve. Passaram-me um tratamento para fazer durante um mês e depois faria um mês de pausa e seria reavaliado, existia a possibilidade de ter que ser operado.
Passou-se um mês e notamos logo uma diferença enorme, já começava a falar se bem que com muita dificuldade. Entretanto começou a frequentar a pré-primaria. Gostava muito da escola e estava sempre desejoso de lá ficar.
Passados poucos dias fui convocada pela educadora da pré-primaria. Estavam muito preocupadas porque o Guilherme não falava nada, passava o dia todo sem abrir a boca e queriam saber se ele era assim em casa .Aparentemente estava bem enquadrado, brincava com as crianças todas mas sem abrir a boca. Vim de lá preocupada e resolvi conversar com o meu filho. Quando lhe perguntei porque é que não falava na escola respondeu-me que os meninos lhe tapavam a boca e diziam que ele não sabia falar. Fiquei estupefacta bem sei que as crianças são cruéis, em parte devido à sua inocência, mas eu não estava preparada para aquilo. O minha primeira reacção foi pensar em tira-lo da escola mas depois reflecti melhor e verifiquei que não seria a solução ideal.
À noite conversei com o marido e decidimos que o devíamos deixá-lo travar as próprias batalhas. Explicamos-lhe que devia falar se quisesse e não devia deixar que o impedissem. Dissemos-lhe que não havia mal em não falar correctamente pois ainda estava a aprender e logo logo estaria a falar sem problemas. Estava a fazer terapia da fala uma vez por semana e as expectativas estavam elevadas (por norma esta terapia é feita um pouco mais tarde, no inicio da primária, mas como ele tinha tanta dificuldade a terapeuta não pensou duas vezes).
Voltamos ao Otorrino e continuava tudo na mesma, repetimos a medicação e ficamos a aguardar a operação. Foi chamado em Fevereiro e a operação correu bem.
Por esta altura fui novamente chamada à escola. A educadora disse-me que o Guilherme estava um pouco melhor mas estava preocupada pois ele estava sempre a abanar-se ou a mexer as mãos e os pés. Pediu-me que o levasse a uma consulta de desenvolvimento e forneceu-me um relatório.
Fomos à consulta de desenvolvimento, o menino foi avaliado e deram-nos papeis que deveríamos trazer preenchidos. Preenchemos os que eram para os pais e entregamos os que eram para a educadora. Voltamos a uma consulta um mês depois com todos os documentos e foi nos dito que o Guilherme era ligeiramente hiperactivo e tinha défice de atenção. Teria que ser acompanhado na consulta de forma a verificarem a sua evolução. Foi-me dito que teria que ser medicado mas que costumavam adiar essa medicação até à entrada na primária. Devo dizer que foi muito difícil para mim ouvir isto tudo, então eu que sou quase anti-medicação. Só pensava se o menino seria assim por algum erro nosso.
Da consulta de desenvolvimento encaminharam o Guilherme para uma consulta de medicina de reabilitação física pois tinha adquirido um vicio de caminhar em bicos dos pés. Foi a melhor coisa que poderia ter acontecido ao Guilherme. Deparamos-nos com uma doutora fabulosa que viu no Guilherme o que eu via como mãe, viu como ele era esperto, atencioso e meigo e que decidiu que devíamos lutar pelo Guilherme. Tratou de lhe arranjar terapia ocupacional não só para o ajudar a caminhar melhor como na motricidade fina.
Passamos a ir à terapia duas vezes por semana, a terapeuta é uma pessoa fantástica que ajudou imenso o Guilherme. Fizeram-lhe uma talas para os pés para ele dormir de noite, tinham como objectivo forçar o pé a estar na posição normal contrariando assim a posição de bicos de pés. Infelizmente o Guilherme fez um eczema nas pernas e não pode usar as talas. De qualquer forma a terapia aos poucos foi conseguindo ajudá-lo.
Passados uns meses voltamos à consulta de medicina de reabilitação física para uma reavaliação. O Guilherme estava muito melhor dos pés mas continuava muito tímido. Era incapaz de manter contacto visual ou dialogo com pessoas estranhas. Por vezes isto até acontecia com pessoas conhecidas mas com quem tinha menos contacto, principalmente adultos. A doutora disse-me que o menino deveria fazer psicologia e que poderia faze-la ali caso eu estivesse interessada. Claro que acedi e começamos uma nova consulta.
O inicio da psicologia correu muito bem, curiosamente o Guilherme nunca se mostrou tímido com a doutora, iniciou dialogo com ela logo na primeira sessão. E a partir dai foi vê-lo florescer. Íamos ao hospital todas as quartas e sextas feiras. Ás quartas fazíamos terapia ocupacional. Ás sextas começávamos com terapia de fala, seguíamos para a terapia ocupacional e depois psicologia. Eu andava estafada de correr para o hospital, correr para o trabalho, correr para casa. O Leonardo tinha pouco mais de uma ano e precisava de atenção. O marido trabalhava à noite entre 10 a 12H seguidas pelo que nem tinha coragem de lhe pedir nada. Mas depois começaram a vir os resultados e eu ganhei novo animo. A cada semana eu via-lo crescer e o meu coração transbordava de orgulho.
Continuámos estas terapias vários anos. Primeiro teve alta da terapia da fala. De seguida teve que deixar a terapia ocupacional quando eu entrei em gravidez de risco dos gémeos. Já não voltou a frequentar pois tanto eu como a terapeuta, que o seguia actualmente, não vimos necessidade. Mantém a psicologia que tanto o ajuda no dia a dia.
Não deixou de ter hiperactividade, não deixou de ter défice de atenção mas tenho orgulho em dizer que não toma medicação. Fui a semana passada receber as notas e passou para o terceiro ano com Bom a Português, Bom a Estudo do Meio e Muito Bom a Matemática. Conseguiu isto tudo sem medicação e com muito trabalho. Só posso agradecer as maravilhosas profissionais que o acompanharam e ajudaram a desabrochar pois sem elas nada disto teria sido possível. Agradeço também à professora fantástica que o acompanhou nestes dois primeiros anos.
Em Setembro começamos numa nova escola, um novo desafio mas estou certa que o vai superar como a todos os outros. Digo-lhe sempre que não há nada no mundo que ele não seja capaz de fazer só tem que ter força de vontade. Não consigo e desisto são palavras que não existem no nosso vocabulário.
Percebem agora o meu orgulho quando o vejo conseguir fazer um simples recado? Foi mais uma pequena vitória.