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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Leonardo e o meu telemóvel novo

- Pai isso é o telemóvel novo da mãe?

- Sim filho.

- É impressão minha ou isso é um telemóvel de milionários?

- Porquê?

- É bem louco.

 

- Mãe, porque é que o teu telemóvel diz aqui face não reconhecida.

- Porque ele só desbloqueia com a minha face.

- A sério??!!!

- Sim eu mostro-te.

- Bem fixe!!!!

 

- Guilherme, sabes que o telemóvel da mãe para além de ser dos milionários também é futurista.

- Porquê?

- Ele reconhece a face do seu dono e só funciona com ela.

- Não é nada. Mãe é verdade?

- Sim é verdade.

- Eu disse-te que ele era futurista. Nunca vi nada assim!

 

 

Sempre a rir

- Mãe onde está o meu bimbolim azul?

- O teu quê?

- O meu bimbolim. O Santiago tem o dele.

- Queres o teu berlinde?

- Sim o meu bimbolim.

 

- Amanhã o Santiago tinha fiambre a sair do nariz.

- O quê?

- O Santiago bateu com o nariz e depois começou a sair muito fiambre.

- Sangue Salvador. Ontem o Santiago bateu com o nariz e começou a sangrar.

- Sim saiu fiambre.

 

- Pai fecha a janela do carro.

- Mas está calor.

- Fecha pai! Está muito vento e o vento está a tirar a minha pele.

 

Esta fase é tão, mas tão gira!

Ontem quando fui buscar os pequenos à creche o Salvador estava com um saco de gelo no olho. Minutos antes tinha deixado cair uma peça de lego para o chão, quando a tentou apanhar calculou mal o coisa e bateu com o olho  no assento da cadeira. Tinha um pequeno corte e o olho ligeiramente inchado mas nada de preocupante. Entregamos o saco de gelo à educadora e abandonamos o edifício.

Entramos no carro e como estava um calor infernal abri os vidros.

- Mãe não abras o meu vidro.- gritou o Salvador - Se não o vento leva o gelo do meu olho.

Eu limitei a fechar o vidro enquanto me ria da ideia dele. Entretanto oiço:

- Salvador, vira a cara para o outro lado para o meu vento não levar o teu gelo.

E cada vez que o Salvador mexia a cabeça o outro gritava para que não o fizesse. Fui o caminho todo a rir pela preocupação demonstrada pelo irmão e pelo facto de não perceberem que ao tirar o saco de gelo o frio passaria por ele próprio.

Esta fase é mesmo deliciosa. Começam a ser crescidos mas ainda tão inocentes. 

Sempre a conversar

- Mãe tenho um dói dói na perna.- diz o Salvador

- Pois tens filho.- confirmo ao detectar um arranhão

- Foi um bicho que comeu o menino.

- Foi um bicho que te fez isso?

- Sim foi um cocodilo. 

- Um crocodilo?

- Sim fez uma boca grande e comeu a perna do menino.

***

- Mãe abre a janela!

- Vou abrir.

- Não mãe muito vento!

- Eu fecho então.

- Mãe eu quero a janela. O sol está bom, não faz mal ao menino.

- Mas agora já queres a janela aberta?- digo enquanto baixo o vidro.

- Essa não! Em cima!

-Queres que abra a janela de cima?- pergunto enquanto abro o tecto panorâmico

- Sim assim está melhor.

***

-Mãe quero mais comer!- pede o Leonardo

- Eu também!- diz o Guilherme

- Mãe mais água. -solicita o Santiago

- Mãe...

- Calma! Eu sou só uma por isso têm que esperar

- Mãe! Eu estou a falar!- exclama o Salvador  danado por o ter interrompido.