Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
No sábado o Salvador queixou-se que lhe doía muito a barriga. Estávamos no parque e ele teve um bom bocado sentado num banco a queixar-se. Depois ficou melhor e lá brincou um pouco.
No domingo acordou com as mesmas queixas que foi repetido ocasionalmente durante o dia. Passado um pouco o Santiago começou com os mesmos sintomas.
Ontem à noite comecei eu. O meu intestino resolveu andar de montanha-russa a noite toda. Toda a noite, toda a noite. A festa foi de tal forma que não se calou o tempo todo. Parecia que estava possuído pelo demónio. Eu só queria dormir, descansar mas ele não estava para aí virado.
Acabei por perceber que os meus filhos tinham razão à cerca das dores porque isto dói a brava. O bom da história é que bastou dois dias para eles ficarem bons por isso estou a meio caminho.
Os meus filhos não são egoístas e partilham tudo com os outros. Eu fui contemplada com um vírus que apanharam e que me deixou com os olhos vermelhos. Desde sábado que ando mais ou menos assim.
Não tenho dor nem desconforto e até me poderia esquecer que tenho os olhos assim se não fossem os comentários das outras pessoas. Nem imaginam o quanto já me rir dos comentários que ouvi. Desde que eu lembrava os filmes do crepúsculo até me perguntarem se eu não tinha dormido. Perguntaram-me se tinha estado a chorar, se estava doente porque estava com mau aspecto. Já me deram mil e uma receitas caseiras para curar a conjuntivite que eu não tenho. Quando explico às pessoas que é um vírus olham para mim como se estivesse a gozar com elas e perguntam-me o que é que o médico receitou.
Já desisti de explicar que não estou doente e que tenho que esperar que isto passe. É uma daquelas situações que o aspecto diferente faz mais aflição aos outros do que à própria pessoa.