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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Eu só mesmo eu!

Ontem foi um dia como qualquer outro. Depois de um dia de trabalho entrei o carro e não via a hora de chegar a casa. Fiz uma  boa viagem, não apanhei transito, o rádio tocava uma série da minhas musicas favoritas e eu ia entretida a cantar. Estava quase a chegar a casa e pensei que nesse dia a viagem tinha sido mais rápida e mais silenciosa do que o costume. A palavra silencio fez-me olhar para trás e ver as cadeirinhas dos gémeos vazias. Percebi que com a pressa de chegar a casa ou, talvez, devido ao cansaço me tinha esquecido dos gémeos na creche. Resultado tive que fazer a viagem toda para trás para ir buscar os e voltar de novo até casa com eles a fazerem perguntas o tempo todo.

Claro que a fiz a viagem até a creche a discutir comigo própria porque quem é que se esquece dos filhos na creche! Eu só mesmo eu!

Sintam-se livres de partilhas todas e quais queres historias que conheçam para me aliviar este pensamento que sou a única que é capaz de fazer estas coisas. Digam-me, por favor, que existem mais cabeça no ar como eu.

 

No fim tudo volta ao mesmo

Depois de duas semanas sem incidentes o Guilherme voltou para casa sem casaco. Falei com ele para que o procurasse no dia seguinte.

No dia seguinte não só voltou a casa sem o casaco que tinha perdido como também regressou sem o que tinha levado nesse dia.

Ando à três dias a exigir que procure os casacos e volta sempre sem eles. A este ritmo não vamos ganhar para casacos.

Hoje disse-lhe que ia ficar sem televisão para sempre se não trouxer os ditos. Vamos lá ver se resulta.

Logo vi que era fruta a mais

O Guilherme tem chegado a casa todos os dias com a lancheira. Eu andava super contente porque o rapaz parecia estas finalmente a atinar. Entretanto fui busca-lo à escola, ele saiu e ficou comigo à espera pelo Leonardo. Enquanto estávamos à espero uma das colegas dele sai da sala a correr enquanto chama:

- Guilherme! Guilherme!

- Estou aqui, o que foi?

- Toma a tua lancheira.

- Guilherme quase que te esquecias hoje.- brinquei eu

- Ele esquece-se todos os dias. Nós é que vimos sempre a correr atrás dele para lhe entregar. - explica a rapariga

- E eu que estava com esperanças que ele tivesse a ganhar tino.

A cabeça deste rapaz vai andar sempre na lua.

Não devia ser ao contrário?

No domingo ao final da tarde o Guilherme chegou ao pé de mim e disse-me:

- Mãe esqueci-me de te dizer que temos que fazer uma casinha para levar para a escola.

- Temos que fazer uma casinha? E quando é que a tens que levar para a escola?

- Acho que é amanhã.

- Amanhã!- exclamo em pânico - Guilherme és sempre a mesma coisa. Onde é que eu vou arranjar materiais para construir uma casa agora. E que tipo de casa tens que construir?

- Não sei bem...

- A professora deve ter dado indicações, deves ter algo escrito no caderno.

- A professora só deu uma folha.

- Então vai lá buscar.

Ele sai por breves momentos e retorna então com uma folha.

-Toma mãe.

- Ó Guilherme isto é para construires uma casinha do pijama. Tens que recortar a casinha e monta-la. Depois tens que pedir moedas para colocares lá dentro e levares para a escola.

- Mas tenho que lavar amanhã.

- Não Guilherme dever ser para levar dia 21 que é a data do dia do pijama. Leonardo podes chegar aqui?

- O que foi mãe?

- Também tens que fazer uma casinha do pijama?

- Sim mãe. Tenho que a montar e encher de dinheiro para dar para os meninos que não tem família. No dia 21 tenho que levar a casinha para colocar num sitio lá da escola e nesse dia temos que ir de pijama para a escola.

- Já percebi tudo obrigado filho.

 

Nestas alturas vejo a imensa diferença que existe entre eles. O mais velho anda sempre com a cabeça no ar e depois não ouve nada. Tenho que me valer do Leonardo para saber a maior parte das coisas. 

Sabes que estas super esquecida quando....


  • Entras no elevador, este fecha as portas mas continua no mesmo sitio. Percebes que das duas uma, ou pura e simplesmente não carregaste no botão ou carregaste para o andar em que estás actualmente.

  • Abres o frigorífico para buscar algo mas quando olhas lá para dentro não te lembras o que precisas. Fechas a porta, voltas a bancada para continuares a fazer o almoço e percebes o que ias buscar. Tornas abrir o frigorífico e dá-te uma branca na cabeça. Voltas novamente para a bancada envergonhada contigo própria. Lês a receita e percebes que o que precisas é do congelador e é por isso que não a encontras no frigorífico.

  • Colocas a máquina de lavar roupa a lavar. Passado uma hora e qualquer coisa lembras-te que a roupa já deve estar pronta a estender. Abres a máquina e vês que a roupa está completamente seca e que nunca viu água. Verificas que nunca chegas-te a carregar no botão de inicio.

  • Levantas-te de manhã a fazer planos de arrumar a loiça que ficou a lavar. Percebes que nunca colocas-te a máquina a lavar ou que a puseste a trabalhar sem detergente.

  • Sais de casa para algum compromisso com os gémeos. Ao ombro levas a mala de maternidade com fraldas e roupa lavada. Passado um pouco precisas de fraldas e percebes que tens poucas ou nenhumas.

  • Começas uma conversa com o marido, e és interrompida por algum dos miúdos. Tentas retomar a conversa mas nem tu nem o marido se lembram do que é que estavam a falar.

  • Vais por gasolina e esqueces-te do tampão na bomba

  • Deixas acabar o desodorizante e andas um mês para o comprar. Vais às compras demasiadas vezes contudo o desodorizante fica sempre na prateleira do supermercado.

  • Compras cremes lindos e cheiroso, daqueles que dá vontade de comer só de olhar para eles. Colocas os cremes na casa de banho em posição de destaque porque te comprometeste a utiliza-los todos os dias. No primeiro dia esqueces-te de o colocar, assim como no segundo, terceiro e quarto. Com sorte consegues fazer uma aplicação por semana. O creme acaba por ganhar um cheiro estranho depois de anos sem uso e vai para o lixo quase cheio.

  • Falas com alguém durante um bocado e segundos depois não te lembras da conversa.