Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Andavam numa correria pegada pela casa até que o inevitável aconteceu, o Salvador tropeçou e caio no chão. Começou de imediato a queixar-se e ia começara chorar quando o Guilherme:
- Não chora mano.- disse enquanto o pegava- Tu és forte e não vais chorar. Forte. Forte. Assim mesmo.
O Salvador lá se esqueceu e começou de novo a brincar. Eis que um dá com um boneco nas costas do irmão mais velho.
- Aí, fogo isso dói.
- Guilherme! Tu és forte. Não te vais queixar. Forte. Forte.
- Ó mãe mas isto doeu mesmo.
- Tenho a certeza que as pernas do teu irmão também lhe doeram da queda.
Os pequenos continuam a adorar brincar às escondidas. Eu costumo brincar com eles, um deles conta enquanto eu me vou esconder. O segundo acha piada vir para o pé de mim e acaba sempre por denunciar o nosso esconderijo. Outras vezes sou eu que conto e depois vou encontra-los no meu ultimo esconderijo.
No fim de semana queriam jogar mas eu estava ocupada a fazer o almoço. Os mais velhos quiseram estão jogar com os irmãos. O Guilherme voluntariou-se para ser sempre a contar. O Leonardo escondia-se e os pequenos seguiam-no. Adorei ver como o Guilherme andava pela casa a fingir que os procurava embora soubesse desde o primeiro minuto onde estavam escondidos. Fartei-me de sorrir a vê-lo imitar-me, ignorando um pé de fora dos pequenos ou os risos que indicam bem o paradeiro deles. Em vez disso o mais velho andava pela casa a dizer:
- Onde é que eles se esconderam?
- Não estão aqui.
- Também não estão aqui. Estou a ficar sem ideias.
Os pequenos não conseguiam conter os risos de felicidade por conseguirem estar escondidos sem que o irmão os descobrisse.
São estes momentos que me fazem perceber que é tão bom ter irmãos.