Uma questão pertinente
Primeiro morreu o microondas.
Em segundo tivemos o falecimento do carro na A1.
E em terceiro lugar vimos finar o bico mais utilizado da placa Vitrocerâmica.
Será que o ciclo já terminou e podemos respirar de alívio?
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Primeiro morreu o microondas.
Em segundo tivemos o falecimento do carro na A1.
E em terceiro lugar vimos finar o bico mais utilizado da placa Vitrocerâmica.
Será que o ciclo já terminou e podemos respirar de alívio?
Não sei bem se lhe posso chamar viver ou sobreviver. Durante mais de uma semana tivemos que passar sem ele e nem acredito nas dificuldades que senti. Passei a frequentar o supermercado ainda mais que o habitual. As compras passaram a ser feitas para a hora e não para a semana ou mês. Deixei de comprar iogurtes e outros derivados de leite.
Com a morte do frigorífico morreu também a minha vontade de cozinhar. Só de pensar em ter que comprar tudo para uma refeição e não poder guardar as sobras deu cabo de mim. Odeio desperdício alimentar mas por outro lado tenho imenso medo de gastroenterites pelo que não arrisquei de maneira nenhuma. Cozinhei coisas seguras que não se estragavam entre a noite e a hora de sair para o trabalho. Andei com carne e peixe para a frente e para trás, entre o frigorífico do trabalho e a nossa casa. Basicamente fomos vivendo um dia de cada vez à espera do telefonema a dizer que as peças tinham chegado para reparar a nosso electrodoméstico.
Os mais velhos passarem a semana com os avós porque era de todo impossível para mim vir cozinhar à hora de almoço. Os pequenos perguntaram pelos irmãos todos os dias. Eu e o marido sentimos a falta da nossa família a toda junta. Finalmente o dia tão esperado chegou e temos o nosso amigo de volta. Mesmo a tempo das nossas férias da Páscoa.
Hoje é um bom dia para nós.
O nosso micro-ondas já tinha visto melhores dias. No fim de semana o marido resolveu retirar o velho do lugar e ir comprar um novo. Para chegar ao aparelho em questão teve que retirar primeiro o forno para ter acesso ao outro.
Depois das compras feitas voltamos a casa e o marido tratou de montar tudo de novo. O micro-rondas novo ficou muito bem e estávamos radiantes até percebermos que o forno deixou de ter luz no interior. Não conseguimos perceber como é que a luz se fundiu já que tratamos o aparelho com o máximo cuidado. O pior de tudo é que a luz não pode ser substituída pelo interior do forno. Podemos tentar desmonta-lo mas tenho medo que resolva deixar de trabalhar de vez.
Por vezes acho que os electrodomésticos tem sentimentos, já não é a primeira vez que substituímos um e outro avaria logo de imediato. Quando mudamos a máquina de lavar loiça à uns anos atrás a máquina da roupa reformou-se no dia seguinte. Não sei se por inveja ou por se sentirem postos de parte mas a verdade é que cá em casa estes itens tendem a mostrar-se caprichosos.
Será que é apenas cá em casa que isto acontece?
Felizmente hoje de manhã tinha a situação do email resolvido mas nem por isso estou menos desesperada. Parece que tudo me acontece e pelos vistos não é só a mim. Tenho as colegas também a queixarem-se.
Tenho o trabalho todo atrasado e só me arranjam berbicachos. É o porta paletes eléctrico que está avariado desde Fevereiro, é a plataforma do cais que não sobe, é a mercadoria que vem recusada e não se sabe porque, é o scaner que dá em encravar o papel... Clientes que me fazem perguntas sobre alterações de stocks e quando vou a ver os stocks estão iguais à mais de um mês. Afinal que alteração de stock? Depois o sistema de gestão de stock que deixa de funcionar e claro que tenho que ser eu a abrir um ticket, e depois fazer a choradinha aos colegas espanhóis para resolverem.
Tenho que apreender a dizer que não. Fazer só o que me compete e deixar de me importar com o que não é da minha responsabilidade. Tenho que apreender mas enquanto não aprendo vou continuando a tentar fazer tudo ao mesmo tempo.