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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

O tempo não é generoso para todos

Temos andado a treinar a autonomia. Os gémeos já se despem e vestem sozinhos. Também já sabem apertar os botões do bibe e conseguem vestir os casacos. À noite querem ajudar a pôr a mesa e facas para cortar a comida. Quando dou por mim estão em cima de cadeiras para chegar a algo que está no armários superiores. No banho não querem que os esfregue. Não querem ajuda a lavar os dentes.

Basicamente pensam que já são homens e eu, embora adore esta nova etapa, não consigo deixar de ficar triste. Sinto que uma vez mais o tempo me está a ser roubado. Em Setembro o Leonardo juntar-se ao Guilherme na escola do segundo ciclo. E para o ano os gémeos vão para a primária. Eles estão ansiosos, perguntaram muitas vezes quando vão para a escola dos crescidos. Têm sempre demasiada pressa em crescer. No fundo a vida é passada com as crianças a pensarem que não crescem depressa o suficiente e com os pais a pedir para crescerem maus devagar.

Mãe eu consigo ir sozinho com o Leonardo para a escola!

Já há alguns dias que o Guilherme me anda a pedir para o deixar ir sozinho com o irmão para a escola. Tenho vindo a adiar mas, como acredito que devemos incentivar ao máximo a autonomia deles, hoje disse que sim.

Lá seguiram os dois de mãos dadas pelo caminho para a escola, eu fiquei a ver ( acham mesmo). Eu esperei que os arbustos tapassem a visão para os seguir, camuflada entre arbustos e veículos sem os perder de vista. De vez em quando o Gui olhava para trás para ter a certeza que eu não o seguia, mas nunca me viu. Acabaram por entrar o portão da escola e eu pude voltar para trás descansada.

Voltei descansada mas com o coração apertado, os meus meninos estão a crescer tão depressa. O mais velho já é um homenzinho, toma conta dos irmãos, pega neles ao colo, dá biberão, dá sopa e só não dá banho porque não deixo. O Leonardo, apesar do seu feitio especial, aos poucos vai ficando mais calmo e mais compreensivo. O Salvador já tem mais dois dentes e os do Santiago devem estar a romper, só não andam porque tem medo, força nas pernas e equilíbrio não lhes falta. 

Os dias passam como horas, os meses como dias e os anos parecem meses. Sinto que o tempo me foge por entre os dedos, tenho medo de piscar os olhos e deparar-me com eles já todos crescidos.