São apenas crianças
Ontem o pai foi buscar os rapazes à creche e o Santiago vinha com um galo na testa. Parece algum dos amigos lhe atirou uma peça de lego. A educadora explicou ao marido e fartou-se de pedir desculpas. Já anteriormente situações semelhantes se passaram e noto que a educadora está sempre aflita quando é hora de nos explicar. Eu e o marido desvalorizamos logo o assunto, dizemos que não tem problema nenhum e ela está sempre a agradecer sermos tão compreensivos.
Em conversa com amigas expliquei que achava estranho a forma como a educadora quase tremia de medo quando os pequenos se magoam. Várias das minha colegas disseram-me que já viram mães a descompor as auxiliares e as educadoras porque os filhos terem um magoado qualquer. Uma até me disse que uma das mães despia a criança toda e exigia saber explicação para qualquer arranhão e que outra confrontava os pais da criança que por acaso tinha magoado os filhos.
Eu não consigo pensar no exagero da situação afinal são crianças. As crianças correm, caem, brincam, brigam. É tudo normal. Eu não me vou preocupar porque hoje um amigo empurrou o meu filho porque sei que amanhã pode ser o meu filho a empurrar. Na euforia de uma brincadeira acontecem acidentes. Temos que nos lembrar de que são crianças e se magoam outros não é de propósito. Claro que os devemos repreender e explicar porque não devem repetir esse tipo de comportamento, mas temos que ser tolerantes para quem toma conta dos nosso pequenos com todo o amor e carinho. Não podemos esperar que quatro olhos controlem todos os segundos de quinze crianças.
Digo isto claro em situações pontuais, se um menino agredisse o meu filho todos os dias a situação já seria diferente. Contudo é preciso distinguir os dois tipos de situações e deixar os exageros de parte.