Sabe bem quebrar as rotinas.
Contei aqui que estávamos a pensar passar um fim de semana fora. Que andava a ver sítios para dormir, zonas para visitar, restaurantes para comer. Sofro de um terrível mal que é o facto de gostar de ter o controle absoluto sobre a minha vida. Gosto de planear o dia ao minuto, sei bem que não é saudável mas com quatro crianças temos que ter um plano caso contrário tudo desmorona. Estava eu a fazer os plano para a nossa escadinha e não conseguia encontrar nada que me agradasse. Os preços muito caros. Hotéis fora da rota que eu tinha idealizado. Estabelecimentos bonitos mas com acessos de 4km de terra batida que o marido nunca aceitaria fazer de carro.
Um dia acordei e pensei que iríamos sozinhos. Não teríamos ninguém a gritar com fome se passassem 5 minutos da hora de comer. Não teríamos ninguém a chorar que queria dormir. Não teríamos ninguém a perguntar se falta muito a cada 10 minutos. Decidi então que iríamos passear sem qualquer plano. Sabíamos a zona que queríamos conhecer e nada mais, tudo o resto se resolveria na hora.
Saímos de casa quando nos apeteceu, não foi necessário colocar despertadores para sair aquela determinada hora. Fomos andando e parando onde queríamos. Fomos conversando muito durante todo o caminho. Quando sentimos fome paramos para almoçar. Quando quisemos dormir paramos para dormir. Quando nos apeteceu regressar regressamos.
Soube-me lindamente este passeio sem itinerário. Não existiu o stress de termos que estar em tal ponto a tal hora para comer no restaurante X. Não foi necessário estar em tal sitio para dormir. Tão pouco foi necessário andar à procura do hotel x que tínhamos reservado.
Foi um dia totalmente sem regras em que almoçamos quase às três da tarde e jantamos perto da meia noite. A verdade é que embora as regras sejam necessárias por vezes sabe bem viver sem elas.