Preferência entre filhos existe ou não?
Ontem estava a escrever sobre a preferência do meu Leonardo pelo Salvador a qual não consigo perceber. Qual o motivo que o leva a gostar mais de um dos gémeos? Se ele me dissesse que prefere o Guilherme até compreendia, o Guilherme é o irmão que ele conhece desde que nasceu. É o irmão com quem sempre dividiu as brincadeiras, as correrias, as conquistas. Contudo não consigo perceber como consegue preferir um dos gémeos se eles brincam os dois com ele da mesma forma. Aliás, ele agora nem os consegue distinguir só sabe quem é quem se nós lhe dissermos.
Sei que o caso do meu filho não é único. Várias são as histórias que ouvimos ou presenciamos em que há a preferência de uma criança sobre outra. Para mim os casos mais difíceis de compreender são os dois pais que têm filhos preferidos.
Pergunto-me como é possível preferir um filho em detrimento de outro. Quando digo preferir não me refiro a dar mais atenção numa determinada fase da vida. Isso todos os pais, com mais do que um filho, acabam por fazer, ou porque um está doente, ou porque um é mais pequeno, ou porque precisa de mais ajuda na escola... Eu própria sei que neste momento dou mais atenção aos gémeos mas só porque são bebés e querem mais atenção. Sei que sou mais exigente com o Guilherme, só porque já vai a caminho dos 9 anos e está na hora de ser mais autónomo. Mas em questão de gostar... todos tem um cantinho especial no meu coração. Todos tem coisas que adoro e coisas que não gosto.
Espantem-se! Existem coisas que não gosto nos meus filhos! Sim, porque eles, tal como todos os seres humanos,não são perfeitos e eu como mãe, que os conhece melhor que ninguém, sei bem esses defeitos. Não sou daquelas mães que acham os filhos perfeitos mas, amo-os com todo o meu coração apesar dos seus defeitos.
Por ser capaz de ver as qualidades e defeitos, de cada um deles, e mesmos assim não ser capaz de viver sem eles, faz-me pensar o que leva um pai a ter um filho preferido. Vocês sabem? E não me venham dizer que não há situações destas porque há e tenho a certeza que já todos presenciamos alguma.
Quando presencio algum destes acontecimentos fico, sempre, na duvida se o pai percebe que está a manifestar essa preferência. Por vezes chego a pensar se, apesar de eu pensar que não tenho preferências, ao olhos dos outros sou imparcial. Ou será que para terceiros eu também tenho um filho preferido?
Será que devemos dizer à pessoa que achamos que está a manifestar preferência ou não? No meu caso, gostaria que me dissessem pois posso não ter consciência do meu acto. E vocês o que acham do assunto?