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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

O facebook não é um consultório médico!

Resolvi falar sobre um tema que me tem vindo a inquietar cada vez mais. Vou referir o facebook porque é a rede social que utilizo, embora esta utilização tenha vindo a decair cada vez mais. Ora acontece que cada vez que abro a aplicação vejo pessoas a fazer questões que, para ser franca, não deveriam ser feitas.

No outro dia vi uma foto de menina com a testa e olho completamente roxos devido a uma queda. A foto vinha acompanhada de uma pergunta sobre o que deveria fazer. Li também um relato de uma mãe cujo filho estava a perder grandes quantidades de sangue pelas fezes e perguntava o que deveria fazer. Peguei nestes dois exemplos mas todos os dias são às dezenas e deixam-me profundamente preocupada. Não percebo porque motivo estas pessoas vêm perguntar o que fazer para uma rede social em vez de levar a criança ao médico. Se não têm meio de transporte existe a linha da saúde 24 que depressa lhes dariam instruções e, se for caso disso, providenciam transporte para um hospital ou centro de saúde.

Não sou contra as redes sociais, muito menos contras os grupos de apoio que existem. Eu própria pertenço a uns quantos e acho que prestam um bom serviço comunitário. Ajudamos pessoas necessitadas, partilhamos experiências sobre o que resultou com os nosso filhos a nível de introdução alimentar, desfralde, etc. Contudo nunca me verão comentar um post que careça de opinião médica. Se uma criança está a perder sangue pelas fezes têm que ser vista por um especialista, até um adulto nessas condições deve ir a um médico quanto mais uma criança. Eu sei que existem vários médicos nas redes sociais, até conheço alguns nos grupos a que pertenço. Contudo um médico apesar de ser especialista não consegue fazer um diagnóstico correcto só através das descrições da mãe e de fotos da criança. Quantos de nós já fomos a uma urgência com uma criança queixando-nos de um sintoma especifico e quando damos por isso o médico está a fazer um exame completo à criança. Eu fui com o Santiago por causa daquela micose na área da fralda e o médico quis vê-lo de alto a baixo porque para um diagnóstico é necessário descartar mil e uma doenças diferentes.

Para além disso questiono-me sobre o facto de se as pessoas que se dizem médicos nas redes sociais o são ou não. Sabemos que aquilo está cheio de burlas e perfis falsos, o que nos dá tanta certeza que estou a falar com um especialista.

As pessoas confiam demasiado na internet. Ainda ontem vi um post de uma mãe que tinha mandado vir Biogaia de um pais de Leste. Veio dizer a todas as outras mães que o produto era seguro e custava um terço do preço. Eu li aquilo e pensei como é que ela pode afirmar que aquilo é seguro. É seguro porque recebeu um produto quando poderia não ter recebido nada, é verdade. Agora quem garante que dentro da embalagem esteja o medicamento correcto. Quem é que garante que não vêm cheio de água ou pior de algum químico que faça mal a criança. Estamos fartos de ler e ouvir que devemos ter cuidado com o que compramos online devido às contrafacções. Eu percebo que se arrisque por uma roupa ou uns ténis, agora por um medicamento. Existem muitos casos de pessoas que morreram ou ficaram com sequelas por tomarem comprimidos que adquiriram pela internet.

Bem acho que já bati demasiado na mesma tecla mas sinceramente fico triste por as pessoas se arriscarem tanto. Sei que muitos de vós vão concordar comigo e outros tantos discordaram mas pelo menos fiz vos pensar sobre o tema.

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