Novas rotinas
Os dias vão passando mas ainda não entramos em velocidade de cruzeiro. Estamos perante uma série de novas rotinas a que ainda não nos adaptamos. O comer escasseia no supermercado, é necessário madrugar e acampar à porta do supermercado, no mínimo, meia hora antes da abertura. Só assim conseguimos ter a certeza de encontrar fruta e legumes. Ao longo do dia a situação fica mais complicada, as filas aumentam é necessário esperar mais tempo na incerteza de encontrar o que necessitamos. As compras online também estão difíceis, não existem muitos artigos e quando tentamos finalizar o carrinho recebemos informação que não tem stock de metade dos artigos que escolhemos.
Medo é uma coisa que está presente em todos nós. Como já referi várias vezes não tenho medo do vírus em si mas sim do comportamento humano. As pessoas continuam a comprar como se os mercados fossem fechar hoje, todos os dias é a mesma coisa, sinceramente não sei onde guardam tanta coisa. O facto de comprarem tanto significa que outros ficam sem nada para levar para casa. Pensem nas pessoas que não têm capacidade financeira para fazer stocks. Naquelas que não têm veículos e cujas forças escasseiam para carregar muito peso.
Em casa tentamos explicar aos rapazes que é preciso contenção. Ninguém têm que passar fome mas não precisamos comer este mundo e o outro. É difícil com quatro rapazes, dois na pré adolescência, mas é necessário. Este tipo de situações fazem com que cresçamos. Aprendemos a dar mais valor ao que, anteriormente, dávamos por garantido.
A liberdade, a abundância de comida, a educação escolar, o convívio com amigos, o abraço a um ente querido.
Espero que tudo volte à normalidade porque tenho saudades de muita coisa e mal posso esperar para as fazer de novo.