Não se pode trocar um carinho
Uma noite destas os rapazes estavam todos sentados à mesa. Eu e o marido preparávamos os pratos. Andávamos os dois pela cozinha a colocar copos, pratos, talheres e guardanapos. A determinada altura cruzamos-nos e trocamos um beijo, na verdade mais um roçar de lábios mas foi o suficiente para ouvir uns sussurros à mesa.
- Ele deram um beijo.- murmurava o Leonardo enquanto ria.
- Eu vi.- respondia o Guilherme no mesmo tom e também a sorrir.
- Eu também quero um beijinho.- gritou logo o Santiago enquanto saltava da cadeira e vinha até nós.
O Salvador seguiu o irmão e logo tivemos que distribuir beijos por todos. O mesmo se passa se nos virem abraçados. Quando damos conta temos quatro rapazes abraçados a nós. Um grande abraço de grupo acompanhado por muitas gargalhadas.
Quando olho para trás percebo que mesmo quando apenas tínhamos o Guilherme a coisa funcionava da mesma maneira. Se ele nos visse a trocar um carinho vinha logo a correr juntar-se a nós. Fico a pensar se todas as crianças tem este comportamento ou se serão apenas os meus?