-Não fui eu!
-Meninos, quem deixou a luz acesa?
-Não fui eu! - Gritam os dois ao mesmo tempo.
-Meninos quem é que deixou a televisão ligada?
-Não fui eu! -Afirmam os dois.
-Meninos quem deixou a porta da casa de banho aberta?
--Não fui eu! - respondem os dois em simultâneo
-Quem é que molhou o chão?
-Não fui eu! -protestam
Qualquer que seja a pergunta a resposta é igual. Com certeza que não foi nenhum deles a praticar tal acto. Eu já não os posso ouvir pelo que agora ando armada em detective a tentar descobrir o culpado. De vez em quando apanho-os.
-Quem é que espalhou o lego todo?
-Não fui eu! - é a resposta de ambos
-Leonardo, não estejas a dizer que não foste tu. Eu vi-te.
-Ups...
É compreensível, são duas crianças que andam sempre com a cabeça no mundo da lua. É natural que se esqueçam de algumas coisas do mundo real quando a cabeça está sempre naquele mundo imaginário.
Agora o que não é compreensível é vermos o mesmo tipo de atitudes de pessoas adultas. Claro que não dizem que não foram eles. Mas nunca viram nada, não fazem ideia, não sabem como. Diariamente dou de caras com algumas destas situações e fico fula.
No outro dia, apercebi-me que alguém bateu numa das traves da nossa estanteria. A pancada foi tal que a trave ficou totalmente inutilizada. Resolvi questionar quem foi. Claro que não foi ninguém, ninguém viu nada, ninguém ouviu nada.
Acaba-se o papel de fotocópia. Ninguém reparou que tirou as ultimas caixas.
Acaba-se o toner preto na impressora multifunções. Ninguém viu a mensagem que aparece no visor a dizer que está sem toner.
Podia continuar a tarde toda com um testamento de situações similares. Não percebo esta falta de interesse ou relaxo total.
E vocês também tem o mesmo problema? Só com as crianças ou com os adultos também?