Não faças aos outros o que não gostavas que te fizessem a ti
Fomos às compras a um centro comercial e aproveitamos para almoçar por lá. Estávamos todos sentados numa mesa quando reparo numa senhora que pousa a sua mala num banco. Assim que o faz uma jovem que estava sentada a reservar a mesa intervêm logo dizendo que a mesa está ocupada. A senhora explica que não quer ocupar a mesa apenas precisa de pousar as coisas para dar a sopa à sua bebe. Mesmo assim a rapariga afirma que está tudo ocupado e que tem que sair. Eu optei por me levantar e dizer à senhora que podia ficar com o meu lugar.
A senhora agradeceu e foi dando comer à sua pequena. Entretanto os rapazes acabaram e deixamos o local. Assim que nos afastamos um pouco o marido referiu o facto de esta juventude por vezes não ter a mínima sensibilidade. Eu concordei com o facto. Achei descabido a recusa da jovem quando meia hora depois continuava sozinha na mesa à espera que os seus companheiros chegassem. Para mim não custava nada facilitar o acesso a um dos bancos por alguns minutos mas essa não era a ideia dela.
Olho para os meus filhos e espero conseguir que sejam diferentes. Espero conseguir ensinar que devemos respeitar as outras pessoas principalmente quando são idosas ou estão acompanhadas de crianças pequenas. No meu tempo os lugares de autocarro eram cedidos a todos os idosos, gravidas, crianças. Hoje em dia desviam o olhar para fingir que não estão a ver. Tal como fingem não ver a gravida ou o senhor de canadiana na fila da caixa.
Eu tento ao máximo que os meus filhos sejam diferentes. Não sei se o vou conseguir ou não, mas tento todos os dias. Mostro-lhe que não faz mal demorar uns minutos a ajudar um idoso a atravessar a rua ou a utilizar o telemóvel. Que sabe bem ajudar alguém a carregar um saco pesado. Que faz maravilhas deixar um saco com algum comer num local onde sabemos que alguém dorme ao relento.
São pequenos gestos é verdade. Poucos, se pensarmos no que somos capazes de fazer, mas imensos se pensarmos que todos juntos poderíamos fazer. Se metade da população da terra fizesse gestos bons de certo viveríamos num mundo muito melhor.
A verdade é que sinto um orgulho imenso cada vez que os vejo segurar a porta a alguém ou apanhar uma carteira que a pessoa nem sabia que tinha deixado cair.
Até lá vou continuar a batalhar. Um dos lemas que gosto de lhes incutir é para pensarem antes de fazer alguma coisa aos outros se não gostavam que lhes fizessem isso então é sinal que não o devem fazer aos outros.