Monstros que vivem entre nós
Quando ouvimos falar no desaparecimento da Valentina ficamos deveras preocupados. Não conhecíamos a menina, a família, nem tão pouco tínhamos conhecidos em comum. Apesar de sermos completos extranhos sofremos de preocupação. Voltamos a assistir às notícias, coisa que havíamos parado de fazer, na esperança de boas notícias. Demos por nós a parar na CM TV, canal que abomino, para perceber os desenvolvimentos. Em silêncio rezamos interiormente pelo seu regresso sã e salva.
Há medidas que as horas passavam uma angústia crescia dentro de nós. O marido teve que fazer uma deslocação no sábado e a primeira coisa que perguntou ao chegar foi se já se sabia alguma coisa.
Todos nós preocupados com uma menina sem sonhar que todo o mal já havia sido feito. Após a descoberta do corpo e dos culpados ficou um choque. Bem sei que não é a primeira vez que um progenitor faz mal a um filho mas não me consigo habituar a esta realidade.
Não consigo perceber como é possível um pai ou uma mãe fazer tal coisa. Para mim as crianças são o símbolo da inocência. São doces e puras, ainda não tocadas pelos pecados do mundo. Não consigo imaginar um ser humano a fazer mal a um destes seres. Mais ainda me custa a aceitar quando o ser é do nosso próprio sangue.
Bem sei que por vezes os filhos nos tiram do sério mas nada justifica a morte. Como pais devemos garantir a segurança dos nossos filhos acima de tudo.
Ainda não me consigo mentalizar. Estou cada vez mais desgostosa com esta sociedade que vêm perdendo a humildade ao longo do caminho. As pessoas são substituídas por monstros e estão mais perto do que pensamos.