desafio de escrita dos pássaros #5
Até para morrer é preciso ter sorte. Deixem que vos conte o que me aconteceu no dia em que bati as botas. A minha morte foi precipitada e inesperada pelo que não tive tempo de deixar os assuntos em ordem. Inicialmente nem percebi bem o que me tinha acontecido. Apenas sei que vi uma luz que parecia chamar por mim. Como estava aflito para usar uma casa de banho apresei o passo. Eis que vejo os portões do paraíso e um fulano à minha frente. Pensei que dentro em breve já estaria a verter águas mas o idiota continuava à minha frente. Travava-se uma grande discussão e ninguém o queria aceitar. Curioso olhei para o individuo.
- Ó amigo! Peço desculpa mas já lhe disseram que é parecido com aquele sujeito, o Hitler.
- O próprio, encantado.
- O próprio? Então mas porque porra não está já no inferno?
- O diabo não me quer receber porque diz que as minhas acções estavam repletas de boas intenções.
- De boas intenções está o inferno cheio. Ó sr. Diabo o sr. não sabe o que este troglodita fez? Exterminou milhões de pessoas . Outras tantas morreram de fome. Milhões foram alvos das mais macabra experiências. As que sobreviveram ficaram marcadas para sempre. Qual é a duvida afinal?
- Eu não tenho duvida nenhuma que o lugar dele é no inferno.- explicou-me o diabo enquanto me afastava dos outros dois elementos - O problema é que tenho medo que ele me roube o lugar.
- Ãh...