Desafio de escrita dos pássaros #13
O fim do filme chegou e ela nem queria quer. Viu o “The End” meio tremido por entre as lágrimas que lhe corriam pelos olhos.
O final tinha sido triste, triste demais. Tão triste que sentia uma revolta surgir dentro de si. Como é que tinham tido coragem de matar o protagonista? Havia sido uma personagem genial que os cativara desde o primeiro minuto. Cómico, sério, aventureiro. Graças a ele tinha embarcado numa aventura. Deixara o seu lugar no cinema e tinha viajado para dentro de tela.
Tanta emoção e suspense para agora o ver morrer no fim. Uma desilusão crescia dentro de si. Desejava poder reescrever aquele final tão trágico. A personagem merecia melhor. Merecia continuar viva para, quem sabe, cativar outros em próximas aventuras.
Abandonou a sala escura com a sua mente a divagar com milhares de finais possíveis, todos eles melhores que aquele. Podia ter sido baleado mas conseguir sobreviver após uma luta entre a vida e a morte. Poderia ter conseguido disparar primeiro e evitar assim o seu ferimento. Ou antecipado a bala e fugindo assim da sua trajetória. Talvez ter levado reforços. Também podia não ter ido de todo.
Dava cada passo com a cabeça a pensar no final. Quanto mais pensava mas percebia que afinal o fim não havia sido assim tão mal.