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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Desafio de escrita dos pássaros #11

Já não estou entre vós. Tive dez bons anos de vida antes de sucumbir a uma doença. Quando digo dez bons anos quero mesmo dizer dez bons anos. Vivi rodeado de amor. Ao principio o amor dos meus donos era só para mim. Depois veio um pequeno ser de fraldas  e a tenção passou a ser dividida. Não passei a receber menos amor, antes pelo contrário aquele pequeno ser andava sempre grudado a mim. Entretanto adoeci e parti. Abençoada a hora.

Não me levem a mal mas aquilo virou uma casa de doidos. Depois de eu partir apareceram mais seres de fraldas. Dois deles tão iguais que nunca os conseguiria distinguir. Pequenas pestes que passam a vida a fazer traquinices. A minha dona quase que dá em doida com eles. Eu tenho pena dela. E o meu dono? Esse está mais branco que a Serra da Estrela em Dezembro. Sim, eu sei o que é a serra da estrela porque me levaram lá muitas vezes. Adorava brincar na neve. Os fedelhos também gostam. Seria divertido brincarmos todos juntos. Talvez não já os imagino a puxarem as minhas orelhas e o pelo.

Quem é que eu quero enganar! De facto aquilo virou uma casa de doidos. Falam alto, todos ao mesmo tempo. Por vezes parece que estão a discutir e às vezes estão mesmo. No entanto existem alturas em que os vejo todos aninhados no sofá a ver um filme e não sabem o que eu dava para estar lá. Imagino a lareira a arder e eu deitado ali ao pé. Um dos pequenos a desafiar-me para lhe abocanhar o chinelo ou para lhe dar uma lambidela na cara. São umas pestes mas eu também não sou flor que se cheire. Juntos íamos partir a casa toda.

 

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