Como dar a volta a uma birra.
Tivemos um fim de semana para esquecer, depois conto vos porque. Devido a termos andado tão atarefados optamos por encomendar uma pizza para o almoço de domingo. Sai do banho partilhado com os gémeos, o marido ligou a encomendar a pizza e os mais velhos enfiaram-se no polibã a tomar banho juntos. Eu segui para a cozinha, cortei as unhas aos pequeno e dei-lhe comer, enquanto o marido aspirava os quartos e lavava o chão. Os mais velhos saíram do banho e o Leonardo foi o primeiro a chegar à cozinha, curiosamente despachou-se primeiro que o irmão, coisa que nunca acontece. A palavra pizza faz milagres.
Ora o Leonardo chega à cozinha, olha para a pizza e fica chateado. Afirmou que não gostava daquela pizza e que não ia comer. Eu expliquei-lhe que ele gostava de tudo o que a pizza levava excepto as azeitonas mas podia tirar uma fatia sem ou desviar as azeitonas. Ele continuou a chateado que não queria aquela pizza e que queria comer outra coisa. Eu disse-lhe que não ia fazer nada de propósito para ele, ou comi a pizza ou não comia nada. A resposta foi, claro, que não queria comer nada. Nós estávamos cansados, com pouca paciência e optamos por o mandar sair da mesa. Acabados de almoçar disse aos mais velhos para irem fazer os trabalhos de casa enquanto nós acabávamos de arrumar as coisas.
Passado um pouco o marido disse-me para ir ver do Leonardo porque ele ainda não tinha feito nada dos trabalhos. Estava amuado e a embirrar com tudo. Porque não tinha lápis de cor, porque não sabia fazer, porque ia demorar muito tempo. O marido estava a ficar irritado com o amuo dele e eu não me sentia com forças para me chatear com ele.
Já que o motivo principal de embirração eram os lápis de cor resolvi tentar dar-lhe a volta. Fui buscar a minha bela caixa de lápis de cor da caran d'ache e fui ter com ele.
Abrir a caixa e perguntei-lhe se queria pintar com os meus lápis. Vi os seus olhos brilharem perante aqueles 30 lápis de cor tão perfeitamente alinhados mas mesmo assim não quis dar parte fraca e abanou a cabeça. Eu disse-lhe:
- Tens a certeza que não queres usar estes têm tantas cores.
- Mas não tem nenhuma cor que preciso.
- Como é que não, têm as cores todas.
- Preciso pintar o peixe.
- Então podes pintá-lo de vermelho como os peixinhos do aquário.
- Já sei vou pintá-lo de laranja. Mãe porque é que tens essa caixa de lápis guardada?
- É que esta caixa é muito especial é um pouco mágica.
- O que é que ela faz?
- Faz os meninos ficarem felizes.
- É mesmo mágica! Até já me fez ficar feliz. - respondeu enquanto pintava tudo num instante.
Ficou tão contente que fez o resto dos trabalhos num instante. Eu guardei a minha caixinha mágica num local secreto para usar quando estivermos a precisar de alegrar meninos.