As despedidas
Todos as manhãs vou deixar os gémeos na escola.
- Adeus meninos tenham um bom dia.
- Adeus mãe. - respondem enquanto sobem a escada.
Durante a subida vão espreitando para trás a verificar se continuo ali. Entram na escola e seguem para a grade.
- Adeus mãe! - grita um
- Tem um bom dia. - diz o outro
Mandam beijinho e fazem gestos de abraços. Os pais em redor riem-se da meiguice deles.
- Mãe adoro-te!
- Também te adoro. - respondo enquanto me dirijo ao carro
- Mãe eu adoro-te muito!
- Adoro-te filho! - respondo enquanto entro no carro.
Lá dentro tenho que abrir a janela porque eles continuam a gritar adeus, adoro-te e a mandar beijinhos.
Coloco o carro a trabalhar e vou embora, pela janela aberta aceno adeus até os perder de vista.
Antes de ontem o Salvador perguntou.
- Quando tiver sete anos posso deixar de fazer tantos gestos de despedida.
- Meu filho não precisas ter sete anos. Se não quiseres dizer adeus na rede da escola não tens que o fazer. Eu gosto de ti e nada vai mudar isso.
- Acho que amanhã não vou ficar ali a dizer adeus.
- Então não fiques meu amor.
O dia seguinte veio e lá ficou ele na grade, com o irmão, a bradar despedidas até eu desaparecer.
É mais fácil dizer que fazer.