A melga e eu
Hoje a noite não correu bem. Primeiro não conseguia dormir. Depois o Santiago acordou cerca de uma hora depois de o deitarmos. Fui busca-lo para ao pé de nós e continuei sem conseguir dormir. A cabeça não queria desligar nem por nada, surgiram-me mil e uma ideias brilhantes que entretanto esqueci. Algures no meio disto devo ter acabado por adormecer, acordei com o despertador do marido. O Salvador também acordou e começou a chorar. Ouvi o Guilherme levantar-se e deitar-se ao pé do irmão. Dei conta do marido sair e ouvi o Guilherme a andar de um lado para o outro. Fui resmungar com ele que porque eram quatro e meia da manhã e ainda acordava s irmãos todos. Ele quis beber água e depois voltou para a cama.
Eu deitei-me novamente e preparei-me para dormir mais duas horas. Quando estava quase a adormecer comecei a ouvir um zumbido ao pé dos ouvidos. Sim a única coisa que me faltava era ter uma melga a zumbir aos ouvidos. Tapei-me até às orelhas e tentei dormir mas mesmo por debaixo da roupa conseguis ouvi-la a zumbir. Depois tive medo que morde-se o meu menino e resolvi ir à caça dela. Acendi a luz da casa de banho para ver se a atraia e esperei. Esperei, esperei e ela nada de vir. Ligar o raid não era opção porque não queria estar a respirar aquele ar. Voltei para a cama derrotada mas com esperanças de conseguir dormir. Ainda ouvi aquele zumbido irritante mais uma ou duas vezes mas depois o cansaço falou mais alto e acabei por adormecer. De manhã verifiquei o menino e cheguei à conclusão que este deve ter o sangue da mãe, é a única explicação que tenho para não ter nenhuma picadela. As melgas preferem morrer de fome a vir sugar o meu sangue.
Claro que sai de casa e deixei o raid no quarto para ver se esta noite consigo dormir. Para mim não há coisa mais irritante que uma melga a zumbir aos ouvidos.