A condução na aldeia
Desde que nos mudamos deparei-me com uma nova forma de condução, muito diferente da que existe na cidade. É uma espécie de ecossistema próprio. A calma abunda por aqui, quase que não se ouve uma buzina. As pessoas facilitam as passagens mesmo em locais onde tem prioridade. Tenho para mim, que isto acontece porque quase todos se conhecem e por isso não existe grande confusão.
Sim, acredito que todos se conhecem porque vejo isso diariamente. Carros que param para conversar com alguém que está a passar à beira da estrada. Carros que param em ambos os sentidos da faixa de rodagem para cumprimentar o condutor do veiculo oposto.
Gosto de alguns destes aspectos mas quando estou com atrasada, o que acontece quase todos os dias, fico fula com esta ausência de pressa. Outra coisa que também me deixa doida é o estacionamento. As pessoas daqui tem uma capacidade nata para inventar estacionamento e deixem que vos diga que vale tudo. Nas ruas que tem o comércio de rua quase nem se circula, temos carros estacionados em segunda via de ambos os lados da estrada. No outro dia vi a GNR parar numa destas ruas e pensei que iam multar os carros mas afinal não. Limitaram-se a estacionar o carro também em segunda via para ir beber café. Tão pouco os vi fazer algo aos carros que param em cima da passadeira à porta da escola. Mais uma vez acho que isto é porque todos se conhecem e não podem multar um conhecido ou familiar.
No fundo é como se fosse uma grande família em que ninguém se chateia com ninguém. Eu ainda estranho se bem que no inicio me fazia mais confusão. Como se diz primeiro estranhasse depois entranhasse.