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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Mudar para a periferia

Está quase a fazer quatro anos desde que deixamos o nosso apartamento e mudamos para uma zona nas redondezas de Lisboa. Quanto mais olho para trás mais certezas tenho da decisão que tomamos. A pandemia actual trouxe clausula mas, nós aqui conseguimos mitigar o problema. Temos o quintal onde os miúdos podem brincar livremente. Temos campos e campos em redor onde podemos dar passeios sem avistar viva alma. Temos pássaros nas árvores que podemos observar e tentar identificar. Sapos no quintal que por vezes aparecem para nos cumprimentar. Temos uma vizinhança fantástica em que todos se preocupam uns com os outros. Existe sempre um vizinho que fica com as encomendas dos que não estão em casa. Existem os que compram coisas para os outros nas idas ao supermercado. Outros que partilham o que tiram da terra e ainda aqueles que todos os dias se certificam que estão todos bem.

Viver aqui tem muito mais que se lhe diga. Ainda esta semana o marido foi tratar de um assunto às finanças. Quando chegou a casa verifiquei que nos tínhamos enganado e liguei para a repartição, onde a funcionária me tentou ajudar. Ao telefone, em conjunto, percebemos que a alteração não podia ser feita online e pediram para o marido voltar que tratavam de tudo. Nem cinco minutos depois o meu telemóvel tocou, era da repartição de finanças. A funcionária explicou que o sistema tinha mudado e que a alteração teria que ser feita noutro campo, tratei de tudo com o acompanhamento dela pelo telefone.  No fim agradeci imenso a sua simpatia e boa vontade. Não é todos os dias que sentimos esta preocupação pelos outros. Também a senti por parte da biblioteca que me contactou a informar que um dos livros que estava interessada em ler já estava disponível e que me seria entregue em casa.

Estamos numa época de mudanças, nem todas boas é certo, mas ainda assim aqui temos mais boas que más. Talvez por isso a procura de imóveis para esta zona tenha disparado. A liberdade de algum espaço exterior está a atrair muita gente que a trabalhar de casa, o pode fazer em qualquer lugar, desde que tenha acesso à Internet.

Por certo existem muitos mais locais assim onde é bom viver. O importante é trabalhar para que continuem assim. Não facilitar para que continuemos saudáveis até que tudo passe. 

O artista da família

Os meus filhos são compostos por defeitos e virtudes. Com o passar do tempo assistimos ao crescimento não só do seu corpo mas também da sua personalidade. O Santiago tem demonstrado grandes aptidões para as artes plásticas, ao contrário de mim e do pai. Com apenas seis anos faz desenhos e construções complexas. Pelo menos eu e o marido achamos complexas já que o faz melhor que nós.

É capaz de replicar um brinquedo só de olhar para ele e nós ficámos de queixo caído quando olhámos para os seus trabalhos. Sinto um grande orgulho neste nosso pequeno artista. 

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Pai fora e tudo muda

Esta semana o marido esteve nas obras da nossa casinha na aldeia. Eu fiquei sozinha com os pequenos que se prontificaram a tomar o lugar do pai na nossa cama. Se por norma nunca querem ir dormir nestes últimos dias estão ansiosos por o fazer. Deito-me com eles e conversamos até cairem no sono. Passam a noite constantemente à minha procura, sinto as mãos deles a palmilhar a cama até me tocarem, tudo isto enquanto dormem profundamente.

Já eu não tenho dormindo muito bem. Estranho o corpo ao meu lado, sinto falta do peso daquele braço que por norma me abraça. 

Os rapazes embora adorem alguns dos mimos que lhes proporciono nestas ausências do pai perguntam a todo o instante quando estará de volta.

Sei que é tudo por uma boa causa, um sonho que se vai construído aos poucos. No entanto mal posso esperar para ter o meu homem de volta a casa.

Afinal por aqui tudo na mesma

O marido só não vai trabalhar nos próximos dias porque está de férias. 

Eu continuo a ter que sair de manhã para deixar os rapazes na escola. Terei que sair novamente à hora de almoço para buscar o Nardo, à cinco para recolher os gémeos e às seis e meia quando terminam as aulas do Guilherme.

A escola dos mais velhos vai continuar a transbordar. Os corredores cheios de alunos e professores a tentar chegar às salas de aulas. Muitos dos professores e auxiliares pertencem ao grupo de risco, estão forçados a trabalhar sob risco constante. Alguns dos alunos aproveitam todas as oportunidades para retirar máscaras e desrespeitar outras regras.

Na escola dos mais novos alguns pais ignoram as normas de segurança, amontoados ao pé do portão na entrega e recolha das crianças.

Não faço questão de ter os meus filhos em casa. Eu, mais que ninguém, iria sofrer na pele o ensino em casa. Contudo não consigo deixar de me sentir insegura por os enviar para a escola.

Resta aguardar enquanto percebemos se estas medidas são suficientes ou não. 

Dias de frio

Com o frio que se tem feito sentir tenho enviado os rapazes cheios de roupa. Multiplas camadas de roupa térmica para garantir que ficam quentes ao longo do dia.

Todos os dias os questiono se estiveram bem os se é necessário reforçar o vestuário. Apesar de tudo garantem que ficam confortáveis durante as horas que passam na escola. 

Felizmente a escola que os gémeos frequentam tem aquecimento nas salas e os mesmos estão a ser utilizados. Na dos mais velhos não existe aquecimento mas graças ao calor solar que entra pelas janelas o ambiente é suportável.

Fico de coração partido quando leio testemunhos de crianças que batem os dentes em salas de aulas. Para mim é impossível concentrar a cabeça nos estudos se o corpo estiver sujeito a um desconforto.

Queremos melhor aproveitamento escolar, queremos mais profissionais qualificados, queremos mais alunos na faculdade. Primeiro temos que garantir que lhes é proporcionando um ambiente favorável para que possam prosperar. 

Temos tido muitas conversas

- Mãe és a melhor mãe que eu podia ter!

- Dizes isso porque não conheces mais nenhuma.

- Mas eu sei que és a melhor. - continuou o Salvador 

- Podias ter uma mãe muito melhor. Ficavas muito mais contente se tivesses uma mãe que deixasse jogar muito tempo. Eu sou muito má, só deixo jogar de vez em quando nas férias e durante pouco tempo.

- Só fazes isso porque é o melhor para nós. Assim os meus olhos não ficam cansados e eu não fico irritado. És mesmo a melhor mãe.

Este rapaz está sempre a surpreender. 

Menos frio

Hoje o dia amanheceu com temperaturas menos gélidas. Não está calor mas pelo menos o frio está mais suportável. 

Os rapazes ficaram radiantes quando viram 6 graus no termómetro do carro e gritaram que era dia de parque. 

Lá fomos nós! Eles gastaram energia em corridas matinais antes de ficarem fechados na sala de aulas.

Eu fiquei a assistir à alegria que estes momentos lhes proporcionam. Paira sobre nós a sombra de um possível novo confinamento por isso vamos aproveitar enquanto temos alguma liberdade.

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Quando eu tiver a minha casa.

- Mãe quando eu sair de casa vou levar muitas fotos tuas. - disse o Salvador 

- Fotos minhas?

- Sim para espalhar por minha casa e poder olhar para ti.

- Isso quer dizer que não me vais visitar?

- Claro que vou mas não pode ser todos os dias. Quando não te vier visitar mato saudades pelas fotografias.

Fica registado para quando ele de facto sair de casa e não ligar nenhuma aos pais😁

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