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Quatro Reizinhos

Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.

Adeus 2020

Hoje dizemos adeus a ano 2020.  Foi um ano diferente mas para mim não foi mau de todo. 

2020 foi um ano de mudança, de escolhas, de novas oportunidades. 

Convivi mais com os meus filhos o que me permitiu conhecer coisas novas neles. 

Tivemos umas férias intermináveis de verão, dias de ócio até mais não. 

Estivemos juntos 24 horas por dia desde Março a Setembro e fomos felizes.

O covid roubou muita coisa mas nunca a felicidade.

Que 2021 nos permita continuar a ser feliz. 

Bom ano para todos

A prenda que me colocou um sorriso no rosto

 

Como já é tradição sou adapta do pai Natal Secreto da lifeinc.

Este ano foi a própria Marta a enviar-me o presente.

Chegou uns dias antes do natal e eu corri a abrir a caixa onde vinha. Desde o covid retiro logo embalagens exteriores e seguem logo para o ecoponto. 

Quando abri a caixa não consegui evitar o sorriso afinal trazia felicidade 

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Adorei o postal, os bombons e os cremes das mãos mas foi a caixa que mais me marcou. Claro que está guardada para levar felicidade a outra pessoa ❤️

Obrigada Marta pelo gesto😘

A prenda da mãe

Antes do Natal questionei o Salvador. 

- Salvador que prenda me vais dar?

Ele ficou pensativo e eu continuei. 

- Não me digas que não me vais dar nada? Não disseste ao pai para comprar alguma coisa?

- Mas tu já tens a melhor prenda de todas.

- Já? Qual é?

- A melhor prenda que tu recebes foi em 2014 quando eu nasci. Fui a melhor prenda que podias ter.

Que presunçoso 🤣

O meu conto de Natal

A imsilva lançou um desafio para se escreverem contos de Natal. O minha resposta tardou mas mais vale tarde que nunca.

 

As badaladas da igreja assinalavam as seis da manhã. Era o dia de Natal mas ao contrário do habitual ainda estava na cama e não fazia intenções de sair tão cedo. Longe iam os dias em que a esta hora o ar da casa já estava perfumado com os aromas do Natal. O ambiente estaria quente do calor do forno que cumpria a função de assar um imenso peru. Uma pilha de batatas estaria sobre a pia à espera de serem descascadas e temperadas. A mesa estaria posta de véspera ainda com rabanadas, filhoses e sonhos. 

Ela estaria numa azáfama a tentar empilhar as sobremesas preferidas dos filhos, noras e netos no frigorífico. Garantindo que estava tudo perfeito para receber a família que ficava maior a cada ano que passava. Dava gosto ver aquela mesa imensa com quatorze lugares postos onde a família se reunia passando tabuleiros de batatas, salada, pão e fatias de peru.

Este ano tudo seria diferente. Estava tudo aterrorizado com aquele vírus que tinha surgido alguns meses antes e não existiria convívio para ninguém. Ela estava desgostosa com toda a situação. Os filhos afirmavam que não a visitavam para a protegerem. Queria evitar o contágio informando que se contraísse o vírus morreria quase de certeza. 

Tinha 87 anos será que ninguém percebia que a morte estava perto com vírus ou sem ele. Temia que devido ao receio de a protegerem estivessem a desperdiçar os últimos momentos em conjunto. Sentia-se com menos força a cada dia que passava, os ossos pesavam mais a cada manha, as dores era mais intensas. 

Contava os dias de solidão, 239 dias desde a ultima vez que trocara um abraço. É certo que os filhos e netos ligavam a toda a hora. Via as caras deles através daquele ecrã que lhe haviam oferecido mas não era a mesma coisa. 

Neste dia de Natal estava particularmente desanimada. Tinha quase suplicado para que viessem almoçar mas todos recusaram. Foi a custo que não lhes gritara que esta reclusão não era viver. Preferia mil vezes morrer rodeada de pessoas que viver sozinha. Era uma daquelas situações que que cada um tem a sua opinião sem que nenhuma esteja totalmente certa ou errada. Diziam que para o ano seria diferente, tinha a certeza que assim seria só não sabia se estaria cá para assistir.

 

 

 

Num instante tudo muda

Tínhamos o dia de quarta feira todo organizado. O marido ia por os rapazes à escola enquanto eu fazia uma entrevista. Depois eu seguia para um compromisso em lisboa, o marido iria buscar o Guilherme à hora de almoço e seguiria para a consulta de ortopedia em Santa Maria. Eu voltava a tempo de buscar os restantes rapazes à escola.

Acordei às 5:30 com uma notícia inesperada. Um filho de um colega do Rodrigo acusou positivo e ele teve que voltar ao trabalho. Mentalmente planeei fazer tudo sozinha. Levar os rapazes à escola, fazer a entrevista no carro à porta da mesma. Rumar ao compromisso em lisboa, voltar ao concelho para apanhar o Guilherme e seguir novamente para Lisboa.

Fiquei instantaneamente enervada, tinha muita coisa dependente de mim, muitos horários a cumprir. Respirei fundo, contei até diz e pedi para conseguir chegar ao fim do dia sem pirar.

Despachei os miúdos, estava a abrir a porta da rua quando o telefone tocou. Era o senhor da entrevista a pedir para adiar a hora. Eu aceitei prontamente. 

Fiquei com duas actividades para a mesma hora e só me restava desmarcar o outro. Ao chegar à porta da escola o meu telemóvel tornou a tocar e a minha reunião passou para sexta feira. Agradeci ao universo por num instante me ter trazido resposta a todos os meus problemas. 

 

Quase de férias

- Mãe só faltam três dias para a escola terminar.

- Pois é.

- Vai ser fantástico ficar em casa, estou ansioso! - exclamou o Salvador

- Vai ser fantástico para vocês, para mim talvez não. - afirmei em tom de brincadeira

- A Diana vai para nossa casa.

- Como? Já disse que não podem combinar essas coisas assim. Preciso saber o nome todo da menina para poder combinar com a mãe dela.

- Mas mãe ela não é nossa colega.

- Ainda pior, não vou conseguir combinar com os pais.

- Não mãe ela é uma auxiliar da nossa escola que nós convidámos para ir para nossa casa.- explicou o Santiago 

- Uma auxiliar?

- Sim mãe. Assim ela toma conta de nós e tu tens algum descanso.

Sempre atenciosos os meus filhos 😂

Chuva, muita chuva

Assim se passam os dias num abre e fecha de chapéu de chuva. Ficam em pausa as manhãs no parque à espera da hora de entrar na escola. As caminhadas durante a hora de almoço para buscar os mais velhos. Os fins de tarde e os fins de semana no quintal. O treino da bicicleta sem rodas.

Só nos resta ficar por casa. Olhar para o céu cinzento na esperança de visualizar uns raios de sol. 

A chuva veio para ficar e temos que nos adaptar a ela. É tempo de acender lareiras. De redescobrir jogos de tabuleiro guardados à imenso tempo. É altura de ver filmes em família, de ler livros. É epoca de assados e de casas perfumadas com aromas natalícios.  É uma época diferente mas igualmente boa, só temos que retirar o melhor que ela nos dá. 

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