Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Em Setembro fomos confrontados com a possibilidade de o Leonardo necessitar de usar um hyrax. Foi necessário efectuar um estudo para esclarecer. No fim o resultado confirmou a necessidade. Neste momento os dentes definitivos demoram imenso a nascer e quando o fazem ocupam o lugar de dois ou três dentes de leite. Não tem espaço suficiente no maxilar e é urgente intervir. Assim iniciarmos a preparação. A dentista colocou uns elásticos entre os molares para ganhar espaço para o aparelho. O problema é que um dos elásticos está sempre a sair. Farta de ter que voltar ao consultório constantemente para colocar novamente optei por tentar colocar no lugar. Até é um procedimento fácil e desde que ele não engula o pequeno elástico está tudo bem.
Lá para o meio de Novembro vamos colocar o dito, depois conto como está a correr.
A noite passada estava deitada na minha cama e o Salvador entrou.
- Mãe achas que quando eu for crescido ainda vão existir camas como esta?
- Igual à minha?
- Sim.
- Talvez, porquê.
- Eu vou querer uma igual é que é a cama mais confortável onde eu já dormi. Está sempre quente e eu adoro deitar-me nela.
Mal ele sabe que o que torna a cama especial são os corpos dos pais que se deitam nela. É o calor corporal e o nosso toque que fazem aquele objeto ficar especialmente confortável. Sem isso é só uma cama igual a tantas outras.
Os gémeos adoram todo o tipo de animais. Acho que saem um pouco à mãe que adorava patos, galinhas, porcos, cabras, ovelhas, pássaros, cães, gatos... Onde existisse um animal lá estava eu.
Os gémeos são assim, sempre atrás de animais, sempre a tentar fazer festas a bichos alheios. No último ano pedem um animal de estimação. Começou no dia do animal quando puderam levar bichos para a creche e nunca mais se calaram. Eu cansada de os ouvir expliquei que já tínhamos um animal de estimação, o sapo que vive no nosso quintal. Para meu grande espanto aceitaram a resposta mas estão sempre preocupados com o sapo. Perguntam se não terá fome ou frio. Procuram por ele cada vez que saem para o exterior. Ontem ficaram contentes porque o viram a saltitar no deck do quintal, mais ainda perceberam que não temos um mas sim dois sapos, um para cada um.
Eu estou contente por ter resolvido o problema mas só espero que nesta escola não deixem levar bichos no dia do animal. Não quero de forma nenhuma ter que montar uma caça ao sapo. Para além de pensar que a professora não iria adorar o animal 😂
Não chovia desde que acordei. Saimos de casa e o tempo continuava seco. Deixei os mais velhos na rotunda ao pé da escola. Eles seguiram a pé os poucos metros que os separam do portão e eu dirigi para a escola dos gémeos. Nem um minuto depois começa a chover intensamente e eu só me questiono se os mais velhos se molharam ou se já estariam em segurança na escola.
Ultimamente a chuva tem escolhido as alturas mais impróprias para cair. Na segunda fiquei encharcada quando fui buscar o Leonardo à hora de almoço. Quando saí à tarde para buscar os gémeos estava a cair uma chuva miúda cuja intensidade aumentou assim que tocou a campainha da escola. Ontem foi mais ou menos igual e hoje já começou... Parece uma perseguição.
Hoje o Guilherme tem uma consulta no hospital de Santa Maria e sinceramente não me apetece nada ir. Esta chuva vai acabar em acidentes e mais acidentes, num trânsito caótico. O estacionamento é longe e por causa do covid não nos deixam seguir para a consulta por dentro do hospital. Teremos que o contornar e com a sorte que nos assiste ultimamente vai chover torrencialmente, pelo que devemos chegar encharcados até ao ossos.
Provavelmente pensam que estou a exagerar mas choveu todos os dias em que tive consultas por isso vivo com este drama em loop.
Deixem só que vos diga que mãe sofre🙄
P. S. : peçam lá a São Pedro para dar uns minutos sem chuva lá para as onze horas. Muito obrigada
Quando os mais velhos foram para o a escola primária voltavam todos os dias de rastos. Não paravam um segundo na escola, corriam durante todo o intervalo. Por vezes até voltavam com o lanche para casa, tanta era a vontade de brincar que o lanche ficava esquecido na mochila.
Agora com os gémeos tudo é diferente. Metade do intervalo é passado na sala de aulas para comerem. Outra metade é passada num recreio quase deserto porque as salas fazem horários diferentes devido ao covid. Na hora de almoço o procedimento é idêntico. Ora o tempo disponível para correr e saltar é menor. As crianças para brincarem são menos.
Os gémeos voltam da escola energéticos demais. Ficam no quintal e é um custo para os convencer a entrar em casa. Ontem estavam tão desvairados que o Santiago acabou por cair do escorrega a baixo.
Isto tudo demonstra que o covid nos afecta em muitas mais áreas do que parece à primeira vista.