Uma mãe obsessiva, um pai muito stressado e 4 filhotes. O mais velho hiperativo, o segundo com um feitio muito particular e dois bebes gemeos. Tanta cabeça debaixo do mesmo tecto não pode dar coisa boa.
Como prometido ontem vou então contar o que os rapazes pediram para o aniversário.
O Salvador pediu uma cozinha de brincar.
O Santiago pediu brinquedos de cozinha.
Adorei o facto de querem algo que habitualmente as pessoas consideram brinquedos de menina. Adorei ainda mais o facto de terem tido a capacidade de se organizar e pedirem algo para partilharem
Falta uma semana para o aniversário dos gémeos. Hoje vou tentar tratar da prenda deles. Inicialmente tínhamos uma ideia do que lhes queríamos oferecer. Ficámos suspresos presos quando a semana passada nos disseram o seu desejo. Eu fiquei estupefacta, não só perante o pedido, como pelo facto de estarem tão organizados que pedem coisas complementares.
Os pedidos dos rapazes têm feito as delícias de toda a família. Ninguém consegue adivinhar o que pediram e adoram quando descobrem.
Ontem chegaram felizes e cheios de histórias para contar. Falavam tão depressa e todos ao mesmo tempo. Foi difícil conseguir que se expressassem de forma perceptível e um de cada vez.
Todos gostaram e os mais velhos já fizeram amigos o que é óptimo já que não conheciam ninguém. Foram ao banho várias vezes. Os pequenos vinham felizes por saltar as ondas. Os mais velhos radiantes porque os deixam ir até às águas mais fundas.
As mochilas e eles continham tanta areia que se multiplicar isto pelo número de crianças e os dez dias de praia receio que não deixem nenhuma para trás.
A logística é cansativa. Roupa para lavar e secar. Banhos demorados para retirar areia e protetor solar. Quatro mochilas para preparar. Acordar de madrugada e despachar todos muito depressa. Depois aguardar o regresso.
É desgastante mas insignificante quando comparado com os sorrisos deles.
É a palavra que melhor me descreve. Estou ansiosa e assim vou estar o resto do dia. Enviei os meus filhos para a praia. Sim, todos os meus filhos.
Estive lá quando entraram para o autocarro. Acenei freneticamente, com felicidade, à medida que se afastavam. Entretanto a alegria deu lugar a um anseio. Ficou um aperto no peito. Uma dúvida se a opção tomada tinha sido a certa.
Sei que é um autêntico disparate. Vão voltar cansados e felizes. Cheios de areia e com cheiro a sal e a sol.
Eu vou ficar radiante de os ver contentes e esquecer automaticamente os meus receios. Até lá conto as horas para os rever. O primeiro dia é sempre o pior.